"Ainda estamos longe de entender completamente como as nuvens de gás 'se fecham' e se formam as novas estrelas da nossa Galáxia. O amoníaco na nebulosa e em outros berçários estelares nos ajuda a monitorar o movimento dessas nuvens densas de 'materiais de construção' estelares e a medir sua temperatura. Isso é extremamente importante para determinar se os fios delas são estáveis ou se eles se comprimem se transformando em estrelas", conta Rachel Friesen da Universidade de Toronto (no Canadá).
A nebulosa de Órion se situa a cerca de 1.500 anos-luz da Terra e tem o tamanho de várias centenas de anos-luz. Ali se formam dezenas e centenas de estrelas jovens, alguns delas têm formas e propriedades bastante incomuns para atrair a atenção dos cientistas.
Usando o radiotelescópio GBT e o telescópio infravermelho WISE, os cientistas foram capazes de obter mapas tridimensionais da distribuição de amoníaco e outros gases neutrais nesta zona para entender com que velocidade o objeto se está movendo e mediram sua temperatura. Graças a estas medidas, a equipe de Friesen foi capaz de descobrir dezenas de núcleos anteriormente desconhecidos de estrelas e aglomerações de gases que se tornarão em novos astros gigantes no futuro próximo.
Até o momento, os cientistas foram capazes de tirar fotos de apenas uma pequena parte do Cinturão de Gould e das outras regiões da nebulosa de Órion. Num futuro próximo, eles pretendem continuar a monitorar e tirar imagens que vão cobrir uma área de grandes dimensões deste berçário estelar com o tamanho de 1200x1200 anos-luz.