Instalação ativa de Tropas de Mísseis Estratégicos russas é resposta à OTAN

© AFP 2023 / Vladimir Rodionov, Presidential Press ServiceLançamento do míssil Topol-M
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As Tropas de Mísseis Estratégicos russas instalarão em diferentes regiões do país até uma dezena de regimentos. Por quê agora e por que a Rússia está recorrendo a esta medida?

"Os regimentos das Tropas de Mísseis Estratégicos da Rússia vão começar seus treinamentos em diferentes posições situadas nos distritos de Tver, Novosibirsk, Sverdlovsk [Ekaterinburgo], Kirov, Irkutsk e Ivanovo na segunda metade de junho", explicou a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa do país eslavo.

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As tripulações dos sistemas de mísseis balísticos intercontinentais Topol-M e Yars implementarão ações práticas, aprenderão a fortificar as posições de lançamento, camuflá-las e defendê-las de grupos de inteligência e sabotagem, bem como da aviação, pertencentes a um inimigo potencial.

O número de equipamentos militares envolvidos neste reposicionamento sugere que as ditas manobras são uma demonstração de força, explicou o analista Andrei Kots à Sputnik.

"Os 10 regimentos das Tropas de Mísseis Estratégicos russas incluem até 90 mísseis balísticos intercontinentais Topol-M e Yars. Não se exclui a possibilidade de que estes treinamentos representem uma resposta russa à mobilização das forças de dissuasão nuclear dos EUA perto das fronteiras ocidentais do país eslavo", sublinhou o perito militar.

Intercepção de bombardeiros sobre o Báltico

Caças russos Su-27 levantaram voo ao menos duas vezes durante a primeira semana de junho para acompanhar bombardeiros estratégicos americanos, B-52 e B-1B Lancer, que sobrevoavam o mar Báltico como parte dos exercícios navais da OTAN.

Os bombardeiros B-52 e B-1B Lancer são componentes-chave da tríade nuclear americana. O alcance dos seus mísseis supera 2.500 km, o que é suficiente para bombardear desde a Estônia até às cidades situadas na parte ocidental da Rússia.

"Não é surpreendente que a Força Aeroespacial russa tenha levantado de uma maneira muito operativa seus caças para acompanharem os bombardeiros americanos. Teria sido uma negligência por parte da Rússia se o país eslavo tivesse deixado sem atenção estas aeronaves", assinalou.

Além disso, o presidente polaco, Andrzej Duda, comunicou em 12 de junho que estava disposto a discutir com o presidente americano Donald Trump um possível aumento da presença militar dos EUA na Polônia.

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Kots destaca que estas declarações de Duda soam no contexto de um aumento sem precedentes da presença de tropas americanas na Europa e de constantes exercícios da OTAN.

O vice-presidente do Comitê da Defesa da Duma de Estado russa, Yuri Shvitkin, disse à Sputnik que a Rússia continuará reagindo a qualquer mobilização que se produza perto das fronteiras ocidentais.

"Temos declarado repetidas vezes que não vamos deixar sem atenção o reforço do contingente da OTAN e de outros países que estão forjando planos sob o pretexto de defesa. Claro que serão tomadas medidas de resposta", afirmou Shvitkin.

Sistemas invisíveis

A este respeito, Kots considerou que os futuros exercícios das Tropas de Mísseis Estratégicos russas representam justamente uma destas medidas. As últimas manobras destas forças se realizaram em março deste ano.

Naquela época, os exercícios se levaram a cabo num contexto de instalação do sistema antimíssil THAAD dos EUA na Coreia do Sul e de tensão diplomática que surgiu entre Moscou e Washington por causa da implementação do sistema de defesa antimíssil na Europa do Leste.

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A maior vantagem dos sistemas de mísseis balísticos intercontinentais Topol-M e Yars é sua elevada mobilidade. Caso surja uma ameaça em condições de guerra de grande escala, estes sistemas seriam capazes de escapar à detecção por satélites do inimigo, sendo que é quase impossível monitorá-los.

No decorrer destas manobras, as unidades das Tropas de Mísseis Estratégicos russas realizarão várias tarefas, inclusive irão treinar para se instalarem em estradas vazias, aprenderão a repelir ataques aéreos e terrestres do inimigo e realizarão lançamentos convencionais de mísseis.

As unidades antissabotagem que formam parte de cada regimento também participarão destes exercícios. Estes grupos vão praticar missões relacionadas com a detecção, bloqueio e eliminação de sabotadores convencionais utilizando os novos carros blindados Typhoon e veículos aéreos não tripulados.

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