Por exemplo, a Aliança das Forças Populares não está, claramente, nada contente com o fato — muito pelo contrário, afirmou à Sputnik República Tcheca a presidente do Fórum Tcheco pela Paz, Vladimira Vitova.
"A Fundação de Defesa da UE, de fato, amplia as capacidades da OTAN. O governo e os parlamentares aprovaram esta medida e acordaram em financiar a nova entidade, ou seja, financiar a OTAN", destacou.
Além disso, a ativista sublinhou que a União Europeia e a OTAN assinaram outro acordo que diz: "A comunidade euroatlântica enfrenta ameaças sem precedentes vindas do sul e do leste. A UE e a OTAN vão garantir segurança na Europa e fora dos seus limites".
"Pelo visto, ele [o premiê da República Tcheca] não tomou em conta o fato de nós sermos uma parte da OTAN que provocou estes conflitos e que continua os apoiando. A Fundação de Defesa será parte da OTAN, e a UE, ao lado da OTAN, terá que desempenhar o papel de ‘gendarme mundial'. A República Tcheca, sendo membro da UE, vai participar de todas as operações da OTAN, inclusive contra a Rússia, e mesmo se a opinião do governo ou do parlamento for negativa (a das pessoas nem se fala)", sublinhou Vitova.
A política afirmou que a maioria absoluta da população tcheca não considera a Rússia como seu inimigo e não partilha a opinião de que a Rússia representa uma ameaça em si.
"Porém, os atuais meios de comunicação dizem o contrário. Hoje em dia, as pessoas sentem uma ameaça por parte da UE, já que eles não apoiam a sua política migratória. O fato da República Tcheca ser membro da OTAN e de as tropas da Aliança estarem perto das fronteiras com a Rússia não apenas não contribui ao reforço da segurança, mas representa para nós uma ameaça mortal", explicou.
A ativista sublinhou que, se baseando nestas ideias, a Aliança das Forças Populares tcheca apela à saída d país deste tratado militar que "nunca deveria ter sido assinado".
"A entrada da República Tcheca na OTAN em 1999 não se baseou em um referendo, por isso não há necessidade de convocá-lo para sair da Aliança", expressou.
"A OSCE foi concebida como a principal ferramenta de advertência precoce, prevenção de conflitos e restauração no período pós-conflito. Todos os membros da organização têm o mesmo status. Deste modo, há uma alternativa real à OTAN. Porém, é preciso voltar aos alicerces lançados pela Conferência de Helsinque e renovar a OSCE, já que na sua forma atual a organização não corresponde aos seus objetivos iniciais. É indispensável criar uma estrutura absolutamente nova, tomando em conta todas as mudanças que se deram na Europa ao longo dos últimos 50 anos, inclusive a crise migratória", resumiu.