Formalmente, o conflito foi desencadeado por uma reportagem do site da agência de notícias estatal do Qatar em 23 de maio. A agência atribuiu falsas observações ao emir do Qatar, imputando-lhe comentários amigáveis sobre o Irã e apoio à Irmandade Muçulmana.
Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores do Qatar afirmou ter sido alvo de um ataque de hackers e que as declarações nunca aconteceram, mas não indicou nenhum suspeito.
Enquanto isso, a CNN foi rápida em apontar os "hackers russos" como os responsáveis. De acordo com o canal de notícias, investigadores dos EUA acreditam que hackers ligados com Moscou implantaram a notícia falsa. Autoridades estadunidenses não identificadas afirmaram a CNN que o objetivo do ataque era causar desentendimentos entre Washington e seus aliados no Oriente Médio, incluindo o Qatar.
"Estou convencido de que as alegações sobre o "ataque de hackers russos" na agência de notícias catari foram puramente uma provocação. Ela [a alegação] tinha como objetivo expulsar a Rússia das negociações diplomáticas do Oriente Médio. O incidente deve ser considerado apenas como uma campanha de difamação", afirmou Igor Pshenichnikov, analista sênior do Instituto Russo de Estudos Estratégicos.
Segundo ele, essa provocação faz parte de uma "campanha anti-Rússia de desinformação" coordenada pelos Estados Unidos.
"Nós ouvimos o mesmo sobre a suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais dos EUA. Recentemente, a Rússia também foi acusada de intrometer-se nos assuntos domésticos de Montenegro. Além disso, houve alegações de uma tentativa de Moscou de influenciar as eleições parlamentares na Alemanha".