"Isto [o confronto entre Temer e Joesley] está parecendo que é o 'grand finale' da gestão de Rodrigo Janot", disse o ex-ministro da Justiça em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil.
O atual procurador-geral da República deixará o cargo em 17 de setembro.
Depois ter sido atacado por Temer após a divulgação da delação da JBS, Joesley Batista disse em entrevista à revista Época que o presidente é "o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil". O núcleo duro do Palácio do Planalto também foi criticado.
Eugênio Aragão avalia que a delação da JBS foi um movimento "calculadíssimo" de Janot.
"Agora virão as denúncias, devidamente dosadas, uma atrás da outra, porque não se pode gastar toda a munição de uma vez só. Da mesma forma como ele sempre agiu em relação aos vazamentos [divulgação de informações judiciais sigilosas para a imprensa]. Nunca foi tudo de uma vez só. Quando as pessoas começam a respirar, vem outro escândalo, outra bomba".
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que recentemente acusou a Procuradoria-Geral da República de vazar conteúdos de investigações, também foi alvo de críticas de Aragão. Para o ex-ministro, Mendes é "amoral, às vezes até imoral".
"A indignação do ministro Gilmar Mendes, como sempre, é seletiva, porque o ministro na época em que vazaram indevidamente as conversas de Dona Marisa, Lula, Dilma, ele achou que tudo se justificava. Agora ele está incomodado porque as investigações estão chegando perto de seu público, que é Michel Temer, Moreira Franco."