Paulo Nogueira Batista Jr. concedeu a entrevista logo após participar em Xangai, sede do Novo Banco de Desenvolvimento, da reunião dos ministros das Finanças e dos presidentes dos Bancos Centrais dos 5 países BRICS, o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Quase ao mesmo tempo, ocorreram as reuniões dos ministros das Relações Exteriores dos países BRICS, em Pequim, em 18 e 19 de junho.
Tanto as reuniões de Pequim quanto as de Xangai foram preparatórias para a 9.ª Reunião de Cúpula dos BRICS, que será realizada nos dias 3, 4 e 5 de setembro em outra cidade chinesa, Xiamen.
Na entrevista que concedeu à Sputnik Brasil, Paulo Nogueira Batista Jr. também comentou a visita que o Presidente Michel Temer está fazendo à Rússia nestes dias 20 e 21:
“Sem dúvida nenhuma, é um sinal de importância e atenção que o Brasil dá a um dos nossos principais parceiros [Rússia], e que é essa cooperação BRICS. Há 10 anos, o processo BRICS começou nesse diálogo Brasil-Rússia e [só] depois incorporou os outros. No caso, Índia, China e, por último, África do Sul", disse
Especificamente, Nogueira Batista falou sobre a evolução do Novo Banco de Desenvolvimento, desde a sua criação, durante a 6.ª Reunião de Cúpula dos BRICS. De acordo com ele, “foi em Fortaleza em [15 de] julho de 2014 que foi assinado o acordo que criou o Banco e o Fundo Monetário dos BRICS, o Arranjo Contingente de Reservas".
“Nós estamos consolidando o Banco como um Banco Verde, um Banco voltado para projetos ambientais. Daí que houve essa orientação de concentrar [projetos] na área de energia renovável. O primeiro bônus foi um Bônus Verde também, emitido aqui no mercado chinês. Bônus Verde quer dizer que seus recursos serão utilizados exclusivamente em projetos considerados verdes, de acordo com os princípios estabelecidos internacionalmente”, destacou.
Ele ainda observou que “[o NBD] é um Banco do século 21, um Banco que está voltado para os desafios do século 21. Os cinco países são signatários do Acordo de Paris, estão comprometidos com os objetivos de 2030 da ONU, e o nosso Banco se insere nesse contexto para fazer o possível. No momento, somos pequenos, mas estamos dando a nossa contribuição para que os nossos países possam alcançar os objetivos de desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo do ponto de vista social”.
"Veja, por exemplo, essa iniciativa da Nova Rota da Seda, [One Belt, One Road]. É uma iniciativa de grande importância e grande impacto. É um grande projeto chinês colocado diante do plano internacional. Aliás, é um projeto do qual o nosso Banco vai participar, juntamente com outros bancos multilaterais de desenvolvimento num acordo com o Governo chinês para cooperar e ajudar a financiar esse projeto de infraestrutura. Nós o faremos à medida que esse projeto estiver no território dos nossos países membros”, destaca.