A afirmação foi feita nesta quarta-feira em Brasília, durante evento da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Programa Antártico Brasileiro na Câmara, por Andrei de Abreu Sodré Polejack, coordenador-geral de Oceano, Antártica e Geociências, da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
A reconstrução da estação, que agora conta com 4.500 metros quadrados – 2 mil a mais do que a anterior –, custou pouco mais de R$ 300 milhões. Segundo Polejack, até o momento não existem recursos previstos para o lançamento de edital de pesquisa científica para o ano que vem.
“Vão ser 14 laboratórios construídos com uma tecnologia de ponta do que há de melhor no mundo para pesquisa polar. Os equipamentos já estão dentro do contrato. Então a gente está só esperando ficar tudo pronto, a comunidade científica está só aguardando para poder usar os equipamentos e laboratórios”, explicou.
O coordenador explicou ainda que o Brasil é um dos 29 países que integram o Tratado Antártico e que contam com direito a voto sobre o futuro do continente antártico. Porém, uma das condições é a manutenção das pesquisas – o que está ameaçado neste momento.
Articulação
Em resposta, o presidente em exercício da Câmara, deputado federal Fábio Ramalho (PMDB-MG), declarou que os parlamentares irão se articular para que os recursos sejam disponibilizados aos pesquisadores. Desde o incêndio em 2012, os cientistas brasileiros têm mantido pesquisas com o suporte das estações de outros países e dos navios da Marinha.
“Já é difícil pesquisar e produzir resultados científicos, em ambiente favorável, normal. Imagine no continente antártico. Como a pesquisa brasileira é da maior importância, esses resultados têm relevância não só para o Brasil, mas para o mundo. Precisamos investir também na pesquisa. Nós temos hoje 300 cientistas no continente antártico, desenvolvendo pesquisa”, comentou a deputada Maria Helena (PSB-RR).
Há ainda a necessidade de recursos ainda para as pesquisas em andamento neste ano, complementou a parlamentar do PSB de Roraima.
Segundo Polejack, os principais trabalhos sendo realizados pelos pesquisadores neste momento na Antártica envolvem as mudanças climáticas e a biodiversidade local. Um exemplo é o chamado ‘fungo azul’, estudando por cientistas do Brasil e que pode ser eficaz no combate ao vírus da dengue.
Outro ponto destacado pelo coordenador é que outros organismos que conseguem sobreviver a baixas temperaturas podem ser eficientes no desenvolvimento de produtos para proteção contra raios ultravioleta, por exemplo.