Nestes documentos, os comandantes de regiões militares, de exércitos, de corpos de exército e de divisões responderam a várias perguntas preparadas pelos investigadores de história militar do Estado-Maior General do Exército Soviético.
"As respostas dos chefes militares soviéticos contêm a informação completa sobre o processo de desdobramento das forças das regiões militares especiais do Báltico, de Kiev e da Bielorrússia… e do nível de preparação da linha defensiva ao longo da fronteira nacional no início da guerra", declarou o Ministério.
Esta pesquisa junto dos chefes militares foi realizada por um grupo sob direção do coronel-general Pokrovsky. O grupo foi criado em 1952 para preparar uma descrição da história da Grande Guerra pela Pátria. Os chefes militares responderam sobre planos e informações do exército e sobre os primeiros combates com tropas nazistas.
Entre os interrogados estavam o marechal Ivan Bagramyan, os tenentes-generais Sobennikov e Derevyanko e outros. Suas respostas criaram depois a base para uma grande quantidade de obras científicas fundamentais sobre a Grande Guerra pela Pátria.
A subvalorização da ameaça
Assim, o tenente-general Kuzma Derevyanko assinalou que em 1941 relatou repetidamente sobre a concentração de forças nazistas nas regiões fronteiriças. Naquela altura, Derevyanko ocupava o cargo de vice-chefe do departamento de informações do estado-maior da Região Militar Especial do Báltico.
"Contudo, eu fiquei convencido que o comando da região subestimava a ameaça e desconfiava de grande parte dos dados", escreve ele.
A guerra inesperada
O tenente-general Pyotr Sobennikov, que chefiava as forças do 8º Exército da Região Militar Especial do Báltico, escreveu que a guerra começou para todos de forma inesperada.
De acordo com Sobennikov, na própria noite de 21 para 22 de junho de1941, ele recebeu pessoalmente uma ordem do chefe de estado-maior da frente Klenov para, até ao amanhecer de 22 de junho, retirar as tropas da fronteira. No entanto, ele se recusou categoricamente a fazê-lo e os soldados permaneceram nas suas posições.
A divisão "foi atacada a partir do ar e pelas tropas alemãs que romperam através da fronteira, sofrendo pesadas baixas e tendo sido destruída antes de chegar à fronteira", escreveu ele.
Ao mesmo tempo, continuou ele, toda a aviação da Região Militar do Báltico foi queimada nos aeródromos.