No artigo escrito para o jornal britânico The Guardian, o especialista escreve que o "dilema de segurança" é o primeiro e principal obstáculo para cumprimento do acordo nuclear entre o Irã e os países do Ocidente (Europa e EUA). Segundo ele, os parceiros do acordo precisam decidir a finalidade de se ter força e poder: para garantir paz na região ou "para vantagem própria".
"A corrida ao poder militar, que supera as exigências necessárias para garantir a paz, provoca preocupações em outros, bem como ameaça a estabilidade. Por exemplo, a venda, realizada pelos EUA, de armamentos a alguns parceiros tradicionais do Oriente Médio, bem como as compras ostensivas e de desperdício de armas, realizadas por esses atores regionais… são muito provocativas", frisa.
Segundo Salehi, apenas uma posição, que leva em consideração as capacidades políticas, econômicas e culturais dos países, bem como seu estatuto regional, necessidades e ameaças, contribuirá para intensificação e desenvolvimento de entendimento mútuo entre os atores regionais. Ideias alternativas sobre conflitos religiosos, regionais ou entre civilizações levarão à desestabilização tanto na região como no mundo.
"Fatos alternativos que buscam criar crises inúteis… Tais ideias como 'colisão das civilizações', 'conflito entre xiitas e sunitas', 'hostilidade árabe-persa' e 'eixo árabe-israelense contra o Irã' são exemplos de uma realidade alternativa, criada para objetivos imprecisos", concluiu o especialista.
No dia 5 de junho, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e o Egito anunciaram o rompimento das relações diplomáticas com o Qatar, acusando Doha de apoiar organizações terroristas e desestabilizar a situação no Oriente Médio. A eles se juntaram o Iêmen, o governo interino da Líbia, a Mauritânia, Comores, as Maldivas e Maurício.