Opinião: apoio dos EUA à Arábia Saudita abala balança de poderes no Oriente Médio

© REUTERS / Saudi TVDonald Trump durante sua visita a Riade, Arábia Saudita, 21 de maio de 2017
Donald Trump durante sua visita a Riade, Arábia Saudita, 21 de maio de 2017 - Sputnik Brasil
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Os EUA abalam o balanço de poderes no Oriente Médio ao prestar apoio à Arábia Saudita, declarou o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi.

No artigo escrito para o jornal britânico The Guardian, o especialista escreve que o "dilema de segurança" é o primeiro e principal obstáculo para cumprimento do acordo nuclear entre o Irã e os países do Ocidente (Europa e EUA). Segundo ele, os parceiros do acordo precisam decidir a finalidade de se ter força e poder: para garantir paz na região ou "para vantagem própria".

"A corrida ao poder militar, que supera as exigências necessárias para garantir a paz, provoca preocupações em outros, bem como ameaça a estabilidade. Por exemplo, a venda, realizada pelos EUA, de armamentos a alguns parceiros tradicionais do Oriente Médio, bem como as compras ostensivas e de desperdício de armas, realizadas por esses atores regionais… são muito provocativas", frisa.

Tanque T-90S em exposição em Nizhny Tagil (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Rússia vira forte concorrente dos EUA no mercado de armamentos saudita
Por exemplo, em junho, EUA e Arábia Saudita chegaram ao acordo de aquisição de armamentos e material militar blindado norte-americano correspondente a mais de 100 bilhões de dólares (R$ 333,4 bilhões).

Segundo Salehi, apenas uma posição, que leva em consideração as capacidades políticas, econômicas e culturais dos países, bem como seu estatuto regional, necessidades e ameaças, contribuirá para intensificação e desenvolvimento de entendimento mútuo entre os atores regionais. Ideias alternativas sobre conflitos religiosos, regionais ou entre civilizações levarão à desestabilização tanto na região como no mundo.

"Fatos alternativos que buscam criar crises inúteis… Tais ideias como 'colisão das civilizações', 'conflito entre xiitas e sunitas', 'hostilidade árabe-persa' e 'eixo árabe-israelense contra o Irã' são exemplos de uma realidade alternativa, criada para objetivos imprecisos", concluiu o especialista.

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Depois de o Irã realizar o teste de míssil balístico de médio alcance em 29 de janeiro, EUA ampliaram a lista de sanções. Elas estão ligadas ao programa iraniano de criação de mísseis balísticos e ao grupo Líbano de Hezbollah, considerado organização terrorista por Washington.

No dia 5 de junho, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e o Egito anunciaram o rompimento das relações diplomáticas com o Qatar, acusando Doha de apoiar organizações terroristas e desestabilizar a situação no Oriente Médio. A eles se juntaram o Iêmen, o governo interino da Líbia, a Mauritânia, Comores, as Maldivas e Maurício.

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