EUA podem sair de tratado histórico de desarmamento?

© REUTERS / Jonathan ErnstA bandeira americana em um veículo vibra quando o sol se põe atrás da cúpula do Capitólio dos EUA
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Vários congressistas dos Estados Unidos enviaram uma proposta à Casa Branca para retirar o país do Tratado INF, assinado com a União Soviética em 1987 e destinado à eliminação de mísseis de curto e médio alcance, informou o portal Politico.

"É irresponsável da nossa parte continuar presos a um tratado enquanto outro participante o deixou para trás há muito tempo", afirmou o congressista republicano Mike Rogers, presidente do principal painel de supervisão de armas nucleares e autor do projeto de lei que pede a saída dos EUA do acordo.

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O senador republicano Tom Cotton elaborou um documento semelhante no qual se propõe anunciar oficialmente a suposta "violação" do tratado por parte da Rússia, o que permitiria aos EUA sair dele. Além disso, tal permitiria a transferência de sistemas de médio alcance para países aliados.

O Politico destaca, contudo, que muitos políticos são contra tal medida.

"Está ocorrendo um intenso debate dentro da administração Trump sobre a possibilidade de o país se retirar de mais um tratado internacional. Este tratado é um acordo essencial de desarmamento com a Rússia, que proíbe toda uma classe de mísseis nucleares", escreve o Politico.

Por sua parte, o Pentágono, o Departamento de Estado e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca estão preocupados com as possíveis consequências da cessação do tratado, em especial, a possibilidade de que a medida leve a uma nova corrida armamentista.

O Departamento de Defesa e o Departamento de Estado dos Estados Unidos destacaram que a observância do convênio corresponde aos interesses dos Estados Unidos. O Pentágono, além disso, alertou o Congresso para a saída unilateral do tratado, sublinhando que é um passo desvantajoso para Washington.

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O Tratado INF proíbe às partes possuir mísseis balísticos e de cruzeiro nucleares ou convencionais com alcance de 500 — 5.500 quilômetros. Em diferentes ocasiões, a Rússia e os Estados Unidos apresentaram acusações mútuas de violação do acordo assinado em 1987.

No final de março do ano corrente, o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, disse que a Rússia cumpre plenamente o tratado, enquanto o seu cumprimento pelos EUA provoca dúvidas.

"Os EUA se recusaram a debater estes temas incômodos, preferem especular em torno de algumas violações míticas e formular acusações absolutamente infundadas, à semelhança da inventada existência de armas de destruição em massa no Iraque", acrescentou o ministro.

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