A nova proposta do governo, que pretende corrigir este lapso ético, foi criticada pela elite sueca por não conseguir parar as exportações de armas para regimes ditatoriais.
Apesar de sua reputação discutível de maior pacificador no mundo, a Suécia é também um dos maiores fornecedores de armamento per capita. Em 2016, a Suécia exportou armas para uma série de países não democráticos, incluindo o Qatar, a Arábia Saudita e a Tailândia.
"É o lado forte da Suécia, que temos um amplo acordo político para atualização dos regulamentos, para que mais aspectos sejam incluídos na avaliação geral. A proposta representa um importante endurecimento das exportações de armas, e ao mesmo tempo assegura condições de longo prazo para a Defesa da Suécia", destacou o ministro da Justiça e Migração da Suécia Morgan Johansson, citado pela SVT.
A proposta está prevista entrar em vigor em 1 de abril de 2018. Inicialmente, ela foi apresentada há dois anos e gerou dois pontos de vista opostos: um, defendido pelos pacifistas, é uma forte crítica à venda de armas em geral, o outro, principalmente dos produtores de armas, afirma que as restrições afetarão as exportações suecas.
"O dilema é que você deve ser capaz de exportar, mas de forma eticamente justificada", explicou Morgan Johansson.
"É claro que eu estou muito feliz com isso. Meu partido foi sugerindo o critério da democracia durante quase uma década", disse Allan Widman, acrescentando que os piores violadores de direitos humanos serão privados da possibilidade de comprara armas à Suécia.
No entanto, a proposta foi criticada, entre outros, pelo líder do partido de Esquerda, Jonas Sjostedt.
"Está faltando a coisa mais importante. Banir explicitamente a exportação de armas para países que são ditaduras, violam os direitos humanos ou estejam em guerra", escreveu ele na sua conta no Twitter.
Em 2016, a Suécia vendeu armas no valor de $ 1,3 bilhão. Atualmente, cerca de 30.000 pessoas estão empregadas na indústria de defesa do país.