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Um rei para o Brasil: será essa a solução para a crise?

© REUTERS / Suzanne PlunkettRainha britânica Isabel II
Rainha britânica Isabel II - Sputnik Brasil
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Em períodos de crise política, surgem campanhas de todo o tipo defendendo mudanças na forma de governo. Nesta terça-feira, a Sputnik conversou com o médico Rodrigo Siqueira Rocha Dias, autor da proposta de restauração da monarquia no país, que está em tramitação na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal (CDH).

De acordo com o projeto popular apresentado por Rodrigo, por ser o presidencialismo brasileiro corrupto e corruptor, "a implantação da monarquia tiraria o viés partidário das decisões de Estado, garantindo a isonomia do mesmo, ao mesmo tempo em que as funções de governo permaneceriam com os representantes eleitos pelo povo, com um menor custo ao erário público". Foi com base nesse pensamento que quase 30 mil pessoas manifestaram apoio à ideia, que, se for aprovada pela CDH, passará a tramitar no Senado. Mas seria mesmo essa a melhor solução para os problemas políticos do Brasil?

Em entrevista à Sputnik, Rodrigo Siqueira Rocha Dias, também conhecido como Rodrigo Brasileiro, disse que o país vive em crise "desde o golpe republicano", há 128 anos. Segundo ele, os problemas políticos vividos durante todo esse período mostram que o modelo adotado, do presidencialismo, não deu certo no país e, por esse motivo, precisa ser mudado.

© Rodrigo Brasileiro / Arquivo PessoalRodrigo Brasileiro (primeiro à esquerda), em encontro com outros apoiadores da adoção da monarquia no Brasil; Rio de Janeiro, 10 de junho de 2017
Rodrigo Brasileiro (primeiro à esquerda), em encontro com outros apoiadores da adoção da monarquia no Brasil; Rio de Janeiro, 10 de junho de 2017 - Sputnik Brasil
Rodrigo Brasileiro (primeiro à esquerda), em encontro com outros apoiadores da adoção da monarquia no Brasil; Rio de Janeiro, 10 de junho de 2017

Dados da Transparência Internacional indicam que dos dez países menos corruptos no mundo, sete são monarquias: Dinamarca, Nova Zelândia, Suécia, Noruega, Holanda, Luxemburgo e Canadá. Para o autor da proposta de implantar esse sistema no Brasil, a mudança poderia até não acabar com a corrupção, mas tornaria a prática bem mais difícil. 

"Como é uma forma mais democrática e que admite mais expressão e participação popular, isso inibe os atos de corrupção, que, na nossa República, são extremamente endêmicos", opinou. 

Além da questão da corrupção, Rodrigo Brasileiro também acredita que os valores gastos com a manutenção de um monarca no poder seriam bem inferiores aos que são gastos atualmente com a presidência. 

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"Por exemplo, a presidente Dilma Rousseff custou o dobro da rainha da Inglaterra. E, além de a gente ter esse gasto extremamente elevado com a chefia de Estado, muito mais caro do que na Inglaterra, a gente sustenta ex-presidentes. O Brasil gasta por ano R$ 3,3 milhões, em média, para sustentar ex-presidentes. Só a presidente Dilma Rousseff, que nem chegou a completar seu segundo mandato, foi aposentada com gasto anual de R$ 1 milhão. Na verdade, o que é caro é a República. A monarquia é muito mais barata." 

Em 1993, o Brasil realizou um plebiscito no qual a população preferiu manter a República em vez de retornar à monarquia. Mas, para o defensor da proposta que tem como objetivo levar um monarca de volta ao poder, muita coisa mudou de lá pra cá. Segundo ele, na época da consulta, o país tinha acabado de sair de uma cláusula pétrea que censurava as monarquias e não permitia a organização do movimento monarquista, ao mesmo tempo em que o povo acabava de passar por um longo período de ditadura. Para Rodrigo, havia grande esperança de que o modelo republicano ainda pudesse dar certo, entre outros fatores. 

"Hoje, a gente já tem outro cenário. A gente já tem a rede social, a internet, que é uma forma de divulgar informação. Tanto que é na rede social que o movimento monarquista está se estruturando", disse ele, destacando que isso ocorre mesmo sem capital, sem patrocínio. "Mesmo assim, a gente está conseguindo uma penetração dentro da sociedade".

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