Horas após a decisão de Temer, divulgada pela assessoria do Palácio do Planalto, o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Li Baodong, anunciou em Pequim que os líderes dos cinco países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – se encontrariam informalmente em Hamburgo, local do G20 na próxima semana.
“De acordo com a prática habitual, os líderes do BRICS realizarão um encontro informal antes da cimeira do G20 em Hamburgo”, informou Baodong a jornalistas nesta quinta-feira.
A reunião informal será presidida pelo presidente chinês Xi Jinping, disse o vice-ministro. Principal parceira comercial do Brasil, a China ocupa a presidência rotativa do BRICS e receberá sua cúpula de setembro, na cidade portuária de Xiamen.
Baodong acrescentou que o presidente chinês também deveria realizar uma série de acordos bilaterais com líderes das nações mais industrializadas do G20, agendadas para 7 a 8 de julho.
O vice-ministro disse ainda que uma reunião individual de Xi Jinping com o presidente dos EUA, Donald Trump, estava em discussão, mas nenhuma decisão final foi tomada até o momento pelas autoridades dos dois países.
Nem o Palácio do Planalto, tampouco o Itamaraty, informaram até agora quem representará o Brasil tanto no G20 quanto na reunião informal do BRICS. A ausência de Temer, porém, não deverá passar desapercebida.
Embora o real motivo do cancelamento da viagem à Alemanha não tenha sido divulgado, especula-se que Temer tenha decidido priorizar a sua sobrevivência na Presidência da República – tanto que uma viagem prevista para a Colômbia também já foi cancelada.
O presidente brasileiro foi denunciado por corrupção passiva pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Câmara dos Deputados deve analisar se aceita ou não a denúncia (é preciso que dois terços da Casa votem a favor para que Temer se torne réu e seja afastado).