Participando da audiência conjunta das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Nunes cobrou os parlamentares brasileiros sobre a aprovação da entrada da Bolívia no bloco.
De acordo com o chanceler, o Brasil é único membro do bloco que ainda não ratificou o tratado com o país vizinho, uma vez que a discussão tem enfrentado dificuldades no Congresso Nacional.
No campo comercial, Nunes quer o fim de “barreiras tarifárias, barreiras de regulamentos e barreiras fitossanitárias que ainda persistem” e prejudicam as trocas entre os países-membros do Mercosul.
“Nós identificamos cerca de 80 pontos de estrangulamento que precisam ser removidos”, destacou o ministro brasileiro, que revelou ainda existir uma negociação para a implantação de uma tarifa externa comum para o bloco sul-americano.
O chanceler demonstrou otimismo também com a negociação entre União Europeia e Mercosul, a fim de abrir o mercado europeu para os produtos agrícolas do Brasil e dos países vizinhos. O discurso é semelhante ao defendido pela primeira-ministra alemã, Angela Merkel, e pelo presidente argentino, Maurício Macri, que recentemente se encontraram em Buenos Aires.
O Mercosul surgiu em 1991 com a pretensão de ser um mercado comum, inspirado na Comunidade Econômica Europeia (que deu origem à União Europeia). No entanto, o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela ainda está longe desse grau de integração.
Hoje o Mercosul pode ser classificado como uma união aduaneira imperfeita, porque sua tarifa externa comum tem muitas exceções, ao mesmo tempo em que não pode ser considerado nem mesmo uma zona de livre comércio perfeita.