A publicação se baseia em documentos judiciais, de inteligência, de vídeos da Al-Qaeda e livros para trazer o perfil de Hamza, que foi incentivado pelo seu pai desde cedo a assumir um papel de liderança dentro do grupo terrorista.
Parte do retorno da Al-Qaeda, segundo a revista, envolve a forte diferenciação estratégica entre a organização e o Daesh, que nasceu de uma dissidência do grupo original de Osama bin Laden. Ao que tudo indica, a abordagem dos dois grupos deve servir de alerta ao Ocidente.
“Hoje, pode parecer que o Daesh é forte, como seus seguidores atacam e matam inocentes em Londres e Manchester. Mas seu poder está diminuindo, pois perde homens e territórios no Iraque e na Síria graças a um ataque das forças iraquianas, curdas e americanas. Enquanto isso, a história de Hamza […] mostra como a organização-mãe do Daesh, a Al-Qaeda, está fazendo um retorno — um com consequências potencialmente mortais para o Ocidente e para o resto do mundo”, diz a Newsweek.
A reportagem aborda ainda o antes, o durante e o depois da separação entre a Al-Qaeda e o Daesh, ocorrida em 2014, quando Abu Bakr al-Baghdadi ofereceu uma outra interpretação em prol de um califado islâmico. O papel do líder da Al-Qaeda pós-Osama, Ayman al-Zawahiri, também é mencionado – coube a ele, segundo a reportagem, preparar Hamza para liderar.
Enquanto o Daesh parece estar perdendo fôlego no Oriente Médio, sobretudo com os indícios da morte de Abu Bakr al-Baghdadi, a Al Qaeda se mantém fortalecida, com a sua “estrutura descentralizada” e se dividindo em múltiplas organizações pelo mundo, fortalecendo a sua mensagem.
“Para a Al-Qaeda de hoje, há poucos lucros em antagonizar o Ocidente com ataques terroristas espetaculares. Em vez disso, sua estratégia para o presente envolve a construção de recursos e territórios em lugares como a Síria, o Iêmen e a África do Norte, enquanto o mundo está distraído pelo conflito da Síria. Quando o Daesh finalmente desmoronar, no entanto, o destaque retornará à Al-Qaeda”, pondera a revista.
A liderança ideológica e estratégia, insiste a Newsweek, será de Hamza bin Laden.