Políticos prognosticam nova guerra pela Faixa de Gaza entre Palestina e Israel

© REUTERS / Ibraheem Abu MustafaMilitantes do barço armado do Hamas na Faixa de Gaza
Militantes do barço armado do Hamas na Faixa de Gaza - Sputnik Brasil
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Os bombardeios, interrupções de energia elétrica, de suprimentos, proibição de sair do país – tudo isso torna a vida dos palestinos muito complicada. Os palestinos falam de violações dos direitos humanos e de uma guerra silenciada travada contra eles, sendo que esta fica na sombra da crise síria no âmbito do campo midiático internacional.

O membro do Conselho Legislativo Palestino (parlamento da Autonomia Palestina) e participante do Conselho Revolucionário da Fatah (Movimento de Libertação Nacional da Palestina), Feisal Abu Shahla, afirmou à Sputnik Árabe que "Israel afirma sem fundamento que os combatentes do Daesh estão usando mísseis contra ele, após o que segue imediatamente um ataque de resposta".

"Por isso, nós consideramos Israel como um dos criadores desta organização criminosa. Tel Aviv mata palestinos com motivo e sem motivo. Não tomam em consideração nem os princípios humanitários, nem os de respeito pelas festas religiosas. Durante o mês de Ramadã, até foi bloqueada a praça em frente à mesquita Al-Aksa em Jerusalém", adiantou.

O entrevistado acrescentou que, após o golpe organizado pelo Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) na Faixa de Gaza contra o Governo de Unidade Nacional, o Conselho Legislativo Palestino (parlamento) foi dissolvido.

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"Mas nós continuamos nos considerando como membros do parlamento e exigimos que a cesse a cisão na Autoridade Nacional Palestina para que a ordem regresse.Queremos que o Governo de Unidade Nacional volte ao seu trabalho na Faixa de Gaza e garanta todo o necessário às pessoas que se encontraram em uma situação difícil. Queremos voltar ao regime democrático, para que os palestinos expressem suas posições através das urnas eleitorais e não através de caixas com munições", frisou Feisal Abu Shahla.

O deputado árabe do Knesset (parlamento) israelense, Masud Ganaim, afirmou à Sputnik que "Israel considera a Faixa de Gaza como um ponto quente e está interessado em manter a tensão na região. O mais recente bombardeio da Faixa significa que a Tel Aviv não importa nem as festividades, nem a situação social; o que vale é o controle total. Além disso, os habitantes foram advertidos que qualquer agressão contra Israel por parte do Hamas seria punida".

O deputado afirmou que, julgando pela estatística, agora é um momento oportuno para mais uma guerra entre Israel e os palestinos da faixa de Gaza.

"A cada um ou dois anos, Tel Aviv inicia uma nova guerra e ninguém pode prever quando e por que motivo isso irá acontecer", adiantou.

Masud Ganaim assegura que neste momento há todas as condições para isso: na Palestina se agravou a cisão, foi imposto o bloqueio, enquanto a comunidade árabe não é capaz de fazer frente à agressão israelense.

Entre os prováveis pretextos para a guerra, o deputado considera a vontade do premiê israelense, Netanyahu, de solucionar a questão dos reféns israelenses que estão retidos pelos membros do Hamas.

De acordo com o político, caso a guerra comece, ela será diferente das outras. Em Israel, se fala que desta vez a Faixa de Gaza acabará de uma vez por todas. "Não acho que eles [israelenses] planejem ocupar a Faixa, mas, provavelmente, eles planejam uma guerra particularmente violenta", adiantou.

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Há 10 anos, o golpe, realizado pelo Hamas na Faixa de Gaza, dividiu a Autoridade Palestina em duas partes. O líder palestino, Mahmoud Abbas, dissolveu em 14 de junho de 2007 o Governo de Unidade Nacional encabeçado pelo membro da liderança do Hamas, Ismail Haniya, e introduziu o estado de emergência na Palestina.

Passada uma década após o golpe, a Palestina continua dividida, já que a Faixa de Gaza continua sendo controlada pelo Hamas, enquanto a Cisjordânia é governada pelo presidente Mahmoud Abbas e pela Fatah controlado por ele. As repetidas tentativas de pacificação interna até agora não deram nenhuns frutos, sendo que esta situação também dificulta o processo de paz israelo-palestino.

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