"Infelizmente, depois de uma primeira leitura do respectivo documento somos obrigados a constatar que suas conclusões continuam se baseando em dados bastante duvidosos, recebidos da mesma oposição e das mesmas famigeradas organizações não governamentais, tais como os Capacetes Brancos, sendo que [estes dados foram recebidos] não no lugar da tragédia ocorrida, mas algures num 'país vizinho'", adianta a chancelaria.
Por isso, como diz o documento, "não é de estranhar que o conteúdo do relatório da missão especial da OPAQ tenha, em muito, um caráter tendencioso, o que faz pensar na existência de um elemento de interesse político na atividade desta entidade".
Hayley, por sua vez, afirmou que o relatório da OPAQ "provou aquilo que nós já sabíamos, isto é, que contra o povo sírio foram usadas armas químicas".
A nota da chancelaria russa frisa que "o 'entusiasmo' da representante permanente americana quanto a uma espécie de 'verdade irrefutável', alegadamente achada em resultado da ação da missão especial da OPAQ, gera perplexidade, para não dizer mais".
A parte russa está disposta a estudar o relatório de modo escrupuloso, a nível de peritos, e expressar as avaliações adequadas durante a sessão extraordinária do conselho executivo da OPAQ, marcado para 5 de julho, e depois também a se manifestar no âmbito do Conselho de Segurança em relação ao assunto.
Além disso, a chancelaria russa frisa que "a investigação ulterior cabe ao Mecanismo Conjunto da OPAQ e ONU que, em conformidade com as resoluções 2235 e 2319, deve estudar de modo minucioso todos os detalhes do incidente e determinar os culpados".
"Esperamos também que os peritos do Mecanismo também visitem não só o próprio lugar deste ataque químico, mas também a base aérea síria de Shayrat, que não param de associar persistentemente a este ataque e que, segundo revelam eventos recentes, continua preocupando Washington", resume o Ministério das Relações Exteriores russo.
Em 4 de abril, a oposição síria comunicou existirem 80 vítimas e 200 feridos de um ataque com o uso de armas químicas na cidade de Khan Shaykhun, na província de Idlib, atribuindo a responsabilidade pelo acontecido às tropas governamentais sírias que, em resposta, rejeitaram todas as acusações e culparam os militantes e seus patrocinadores por este ataque.
As autoridades sírias afirmaram que nunca usaram armas químicas contra a população civil e os terroristas, dado que todo o arsenal químico do país tinha sido retirado do país sob controle da OPAQ.
Como o presidente sírio Bashar Assad afirmou antes em uma entrevista à Sputnik, não houve nenhum ataque químico, e o incidente foi apenas uma provocação para criar um pretexto e, consequentemente, atacar a base de Shayrat.
De acordo com o líder sírio, o vídeo de Khan Shaykhun, gravado pela organização Capacetes Brancos, contradiz a versão sobre o uso de gás sarin. Assad frisou que, caso tivesse verdadeiramente havido um ataque, os especialistas teriam morrido no lugar do incidente, tal como os outros, já que trabalhavam sem máscaras e luvas.