A 'fórmula secreta' da China que reduz as vantagens militares dos EUA

© AP Photo / Kin Cheung Soldados chineses gritando slogans enquanto o presidente Xi Jinping inspeciona o Exército de Libertação Popular, em 30 de junho de 2017
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Muitos norte-americanos têm sido incapazes de lidar com a magnitude do crescimento da China, estando convencidos de que o gigante asiático seguirá o caminho da União Europeia nos anos 1980, escreve o colunista Zachary Keck.

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Em seu artigo para o jornal National Interest, o autor afirma que os EUA se consideram como o país mais poderoso do mundo, cujos gastos de defesa são quatro vezes superiores aos da China.

No entanto, a comparação de números brutos revela-se enganosa. Assim, é reconhecido geralmente que os EUA são uma potência global com "ativos militares espalhados por todo o mundo'. A China, por sua vez, concentra suas forças armadas na Ásia, destaca o autor.

De mesma maneira, os gastos militares não explicam tal aspecto como a chamada "tirania da distância": para estabelecer sua influência na Ásia, Washington tem que cruzar o maior oceano do mundo, indica Zachary Keck. Pequim, pelo contrário, encontra-se no centro da ação.

"E, como entendem todos os que trabalham em Washington, a proximidade ao poder é um poder em si mesmo", explica.

Esta proximidade permite à China implementar uma estratégia de antiacesso e de negação de área, A2/AD (anti-access and area denial, em inglês), utilizando seu território para instalar grandes quantidades de mísseis, aviões, sistemas de vigilância e de radar, sublinha o autor. "De fato, trata-se de porta-aviões insubmergíveis".

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Além disso, é importante tomar em conta os custos. Apesar de ter um dos maiores exércitos, a China gasta muito menos do que os EUA em pessoal. O autor também acrescenta que, para ao EUA, a manutenção de seu pessoal militar resulta em valores astronómicas. Segundo os dados do Pentágono, quase "metade de todo o financiamento de defesa é destinado ao pagamento de pessoal militar e civil".

Assim, 50% do financiamento para o ano fiscal de 2015 equivalem a 298,5 bilhões de dólares (R$ 988,4 bilhões).

"Em outras palavras, o Pentágono gasta em pessoal mais do que qualquer outro país, inclusive a China, gasta em todo o seu exército", frisa o autor.

Ainda por cima, os gastos com o pessoal militar dos EUA excedem os custos de defesa combinados de todos os membros da OTAN.

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Por sua parte, os gastos de pessoal militar da China alcançaram em 2015 uns 48,6 bilhões de dólares (R$ 160, 9 bilhões).

A diferença de custos de pessoal entre a China e os EUA é ainda maior se os considerarmos por soldado. Segundo os cálculos, o exército da China tem no total 2,3 milhões de militares em serviço ativo, enquanto os EUA dispõem de 1,4 milhões. Porém, Pequim gasta uns 21 mil dólares (R$ 69.537) por militar e Washington — mais de 214 mil dólares (R$ 707.655).

O autor do artigo afirma que o impacto deste indicador no financiamento militar de cada país é surpreendente. "Quando os custos de pessoal são retirados da equação, os gastos militares da China passam de aproximadamente um quarto dos gastos dos EUA para quase um terço", concluiu.

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