Para o especialista, tal coincidência não foi imprevista, pois como a Coreia do Norte é um país extremamente organizado e disciplinado, muito provavelmente se trata de uma mensagem nítida e clara: apesar da pressão por parte dos EUA, Pyongyang continua com seus testes e está pronta para se proteger.
O comportamento de Trump pode ser explicado de modo muito simples, de acordo com Zhuravlev.
"Pode-se compreender Trump, que apostou toda sua autoridade em que ele pode quebrar a Coreia do Norte, o que é, no meu ponto de vista, um erro, porque o regime norte-coreano é bem forte", declarou o analista.
"Trump está enganado se pensa que pode resolver este problema de modo rápido e fácil", opina Zhuravlev.
Os EUA têm apenas uma única esperança que é a China, no entanto, Pequim e Pyongyang, têm laços fortíssimos, por isso, neste assunto a China não pode ser aliada dos EUA. O cientista político destaca que são poucos os passos que os vizinhos da Coreia do Norte podem empreender.
"Infelizmente, foram os EUA que mostraram que o 'caminho norte-coreano' é único jeito eficaz. Pois se a Coreia do Norte parasse seus testes, ela simplesmente poderia se encontrar no lugar do Iraque. O Iraque não tinha armas de destruição em massa, mas graças à sua ‘presença' se desencadeou a guerra, a derrocada total do país, a eliminação do regime", sublinhou Zhuravlev.
No entanto, para Dmitry Zhuravlev, nem tudo está perdido, as novas autoridades sul-coreanas que chegaram ao poder na sequência da destituição da presidenta, estão muito mais dispostas ao diálogo com Pyongyang. A visita do líder chinês, Xi Jinping, à Rússia também pode dar frutos, pois o tema certamente será abordado. O analista descarta a suspensão total do programa nuclear por Pyongyang, mas é possível que o teste de armas desacelere, se torne menos urgente.