De acordo com o levantamento, nenhum dos nove países que possuem armas nucleares – Rússia, EUA, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte – demonstra qualquer movimento para renunciar aos seus arsenais. Apesar disso, o número bruto de ogivas vem caindo no planeta.
Um total de 14.935 ogivas nucleares existe no mundo todo, contra os 15.395 registrados no ano passado, segundo o SIPRI. A queda se deve a esforços de redução feito por russos e norte-americanos que, por outro lado, vêm investindo pesado na modernização dos seus programas nucleares.
“Apesar do recente progresso nas negociações internacionais sobre a criação de um tratado que proíba as armas nucleares, estão sendo realizados programas de modernização de longo prazo nos nove estados. Isso sugere que nenhum desses estados estará preparado para desistir de seus arsenais nucleares no futuro próximo”, explicou o pesquisador do SIPRI, Shannon Kile.
Progressos
O levantamento ressalta que os EUA pretendem gastar US$ 400 bilhões em seu programa de manutenção e modernização nuclear entre 2017 e 2026. Outras estimativas falam em investimentos da ordem de US$ 1 bilhão pelos próximos 30 anos somente para a modernização das armas nucleares do país.
“Os aumentos projetados pelos gastos dos EUA não são inesperados. A atual administração dos EUA continua os planos ambiciosos de modernização nuclear, estabelecidos pelo presidente Barack Obama”, assinalou Hans Kristensen, membro associado do SIPRI.
Na Ásia, há outros progressos dignos de nota. O instituto não acredita que a Coreia do Norte possua uma ogiva nuclear suficientemente compacta para equipar um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês). Esse já não seria o caso para mísseis de curto e médio alcance, de acordo com o mesmo informe, que estima em 20 o número total de ogivas já produzidas por Pyongyang – distante 7 mil da Rússia e das 6,8 mil dos EUA.
Já a China, dona do maior arsenal nuclear da região, possui hoje 270 ogivas nucleares, seguida por Paquistão (140) e Índia (130).
“A China deu início a um programa de modernização focado em melhorias qualitativas de longo prazo para suas forças nucleares, em vez do aumento significativo em seu tamanho”, completou o levantamento.
Já paquistaneses e indianos fogem um pouco da lógica mundial, já que, de acordo com o SIPRI, possuem iniciativas para aumentar o tamanho dos seus arsenais nucleares, com progressos significativos já sendo possíveis na próxima década.