Opinião: intervenção militar da Arábia Saudita no Qatar é pouco provável

© AP Photo / SPAForças Armadas da Arábia Saudita e unidades das Forças Especiais do Exército do Paquistão participam dos exercícios militares conjuntos "Al-Samsam 5", no sudoeste da Arábia Saudita
Forças Armadas da Arábia Saudita e unidades das Forças Especiais do Exército do Paquistão participam dos exercícios militares conjuntos Al-Samsam 5, no sudoeste da Arábia Saudita - Sputnik Brasil
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Uma intervenção militar da Arábia Saudita no Qatar é pouco provável, disse o professor da Universidade de Georgetown no Qatar, Anatol Lieven.

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Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam as relações diplomáticas com Qatar no dia 5 de junho, acusando o país de apoiar o terrorismo e de interferir em seus assuntos internos. Uma série de outros estados árabes se juntaram ao embargo. 

Os países árabes apresentaram um ultimato ao Qatar, exigindo o cumprimento de 13 demandas. A redução das relações diplomáticas com Irã, a desativação de uma base militar turca no país e o fechamento da emissora Al-Jazeera estariam entre as exigências. 

"Uma intervenção saudita no Qatar seria muito pouco provável, pois colocaria os EUA em saia justa. Além disso, há um contingente militar turco no Qatar, apesar de não ser numeroso. De qualquer modo, se os sauditas matarem alguns militares turcos, durante o processo de intervenção militar armada, isso provocará um agravamento nas relações entre a Turquia e a Arábia Saudita, e até mesmo alterações no mapa político do Oriente Médio. Isso seria muito sério", advertiu o politólogo.

O especialista, por outro lado, não excluiu a possibilidade da Arábia Saudita tentar promover um golpe de Estado no Qatar, que poderia ser realizado por um dos ramos da família real, com objetivo de derrubar o emir atual.

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"Se levarmos em conta os precedentes, a Arábia Saudita poderia muito bem promover um golpe de Estado por um dos ramos da família real do Qatar, para derrubar o emir atual. Ainda não está claro o quanto essa possibilidade é realizável mas, durante muitos anos, golpes de Estado, germinados no interior das famílias reais, eram comuns. Geralmente o filho mais velho se rebelava contra o pai, ou um irmão contra outro irmão. Algo semelhante aconteceu recentemente na própria Arábia Saudita. Do ponto de vista do Qatar, essa, provavelmente, seria a maior ameaça. Se o golpe falhar, esta crise pode continuar por muito tempo, com consequências totalmente imprevisíveis para o Qatar e para a região como um todo", concluiu Anatol Lieven.

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