Crítico das mais recentes notícias envolvendo o governo do presidente Michel Temer (PMDB), Lima comentou a falta de recursos para a impressão de passaportes e a diminuição no número de delegados federais para cuidar de mais de 100 inquéritos da Lava Jato.
“A Polícia Federal não tem mais dinheiro para passaporte. A Força-tarefa da Polícia Federal na operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados. Mas para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade”, escreveu o procurador, em referência aos mais de R$ 1,4 bilhão já liberados pelo governo federal para deputados e senadores apenas em 2017.
A diminuição de nove para seis delegados federais em Curitiba, onde corre boa parte dos processos de primeira instância da Lava Jato, foi determinada pela direção-geral da PF no fim de maio. Além disso, ocorreram cortes de verbas destinadas à operação. À época, os investigadores alertaram que tais decisões dificultariam o andamento da operação.
Lima é um dos que defendem abertamente a aceitação da denúncia contra Temer por parte da Câmara dos Deputados, o que permitiria que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgasse o presidente, que por sua vez seria afastado do cargo.
“O acordão que está sendo montado certamente envolve que os deputados não autorizem o processo crime contra Temer e depois o governo apoie uma anistia desses mesmos deputados. É preciso vigiar”, avaliou.
Em outras postagens na mesma rede social, o procurador direciona muitas críticas ao políticos brasileiros, conclamando a sociedade a se manter vigilante e agir, sob pena da Lava Jato não conseguir trazer mudanças – algo que ocorreu na Itália na década de 1990, após a Operação Mãos Limpas.
“Políticos querendo dificultar as investigações. Se não formos vigilantes acontecerá no Brasil o mesmo que aconteceu na Itália, onde hoje é mais difícil investigar e punir um corrupto do que era antes da operação Mãos Limpas. Ninguém pode substituir a população na luta por um país melhor”, comentou Lima.
Outro procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, também vem criticando algumas decisões em favor de políticos investigados pela operação. Na semana passada, ele avaliou que a volta de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado poderia barrar as apurações, dizendo ainda que não faltariam motivos para o tucano estar inclusive preso.