A posição séria de Kim Jong-un em relação ao programa nuclear se manifestou em março de 2012 quando o jovem líder elevou o status das Tropas Estratégicas de Foguetes da Coreia do Norte, conferindo-lhes a mesma importância que o Exército e a Força Aérea.
Há pouco, os especialistas militares que analisaram as imagens do satélite e as fotos publicadas pela Coreia do Norte admitiram que nas plantas norte-coreanas de mísseis foram desenvolvidas novas máquinas que permitem acelerar o trabalho e produzir componentes a um ritmo de 24 horas sete dias por semana, reduzindo ao mínimo a necessidade de importar componentes militares.
"Atualmente são capazes de produzir qualquer peça para mísseis em metal", afirma o especialista militar Jeffrey Lewis.
Porém, é evidente que Pyongyang não teria sido capaz de avançar tanto sem a ajuda estrangeira. O grupo da ONU que monitoriza as sanções contra a Coreia do Norte estabeleceu que a empresa chinesa Tengzhou Keyongda CNC Machine Tools tem fornecido novas máquinas de controle numérico ao seu vizinho.
No entanto, não se pode esquecer que o programa nuclear norte-coreano começou há mais do meio século. Nasceu nos anos 60 do século passado, quando o líder Kim Il-sung estabeleceu uma academia militar para desenvolver mísseis que pudessem alcançar as bases dos EUA no Japão. Mas não tiveram muito êxito até que nos anos 80 começaram a importar mísseis balísticos soviéticos do Egito. Pyongyang copiava estes mísseis para produzir os mísseis táticos Scud.
Hoje em dia os especialistas em foguetes e programas nucleares vivem em apartamentos luxuosos ao longo do rio Taedong que atravessa Pyongyang. Nos últimos três anos, os meios de comunicação estatais tem transmitido com frequência como o líder norte-coreano visita as áreas residenciais dos cientistas, oferecendo conselhos sobre papéis de parede e móveis.
"Parece que a Coreia do Norte não apenas mostrou um míssil balístico de alcance intermédio que pode atacar a base dos EUA em Guam, mas, o que é mais importante, que representa um avanço significativo no desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental", conclui o especialista aeroespacial John Schilling.
Apesar de todas as restrições da ONU, com o último lançamento de 4 de julho, no total, Pyongyang já realizou nove testes de mísseis balísticos desde o início do ano, incluindo dois lançamentos fracassados em abril, segundo a mídia sul-coreana.