Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República no final do mês passado por corrupção passiva. No entanto, para que o STF dê prosseguimento à acusação, é preciso que ao menos 342 dos 513 membros da Câmara, dois terços, se posicionem a favor da ação. O site da campanha será lançado com o nome de 342 agora, em referência ao número mínimo de deputados que precisam aprovar a investigação.
Nesta tarde, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Casa, será lido o parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) sobre a denúncia. A CCJ é composta por 66 deputados e, segundo a Constituição, depende da aprovação de uma maioria simples, ou seja, 34 parlamentares. A expectativa, conforme o calendário, é a de que os 513 deputados votem a ação em plenário já na próxima quinta-feira, 13.
A acusação contra Michel Temer tem como base as gravações e delações do empresário Joesley Batista e de seu irmão, Wesley, donos do grupo J&F — que controla o frigorífico JBS —, que agitaram o país ao longo dos últimos meses. Além da denúncia por corrupção passiva, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ainda pode denunciar o presidente por obstrução de Justiça e organização criminosa. A defesa de Temer, no entanto, nega que ele tenha cometido qualquer um desses crimes. No caso de corrupção, o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira desafiou os acusadores a apresentarem indícios de que o chefe de Estado tenha "pedido algo, tenha recebido algo ou favorecido alguém".