O experimento utilizará as propriedades psicoativas do cogumelo de psilocibina e testará a premissa de que o uso de drogas psicodélicas é apropriado, especialmente para examinar crenças.
Duas dúzias de estudiosos de religião de diferentes partes do mundo receberão duas poderosas doses de psilocibina refinada — o ingrediente psicoativo do chamado "cogumelo mágico" — ou Psilocybe, em sua classificação taxonômica. As doses serão administradas com um mês de intervalo.
"Com a psilocibina, essas experiências místicas profundas são bastante comuns", afirmou William Richards, psicólogo da Universidade Johns Hopkins, em entrevista ao diário britânico The Guardian.
Enquanto os voluntários estiverem sob o efeito psicodélico, eles poderão deitar ou relaxar em um sofá ouvindo músicas religiosas por meio de um fone de ouvido e com vendas nos olhos. O objetivo é "ir fundo e coletar experiências", afirma Richards. Os membros da pesquisa irão descrever seus sentimentos e observações em tempo real. Tudo isso mediado pelo conhecimento religioso prévio de cada um.
"Até agora, todos valorizaram a experiência", disse o psicólogo da Universidade Johns Hopkins. Os voluntários serão avaliados cerca de um ano depois do fim do experimento.
"É muito cedo para falar sobre resultados, mas geralmente as pessoas parecem estar obtendo uma apreciação mais profunda de seu próprio patrimônio religioso", comentou Richards.
Os pesquisadores da Johns Hopkins são apenas um dos muitos grupos científicos que analisam drogas psicodélicas — incluindo psilocibina, LSD e MDMA.
Outras pesquisas já indicaram que a psilocibina pode funcionar para aliviar a ansiedade de pacientes com câncer terminal, informou o The Guardian. Há, ainda, outros usos testados para drogas psicoativas no tratamento de pacientes diagnosticados com transtorno de estresse pós-traumático, alcoolismo e depressão severa.