Sapateiro espanhol radicado no Brasil, José Iñeguez Martinez foi morto aos 21 anos quando participava de manifestações em prol da conquista de direitos pela classe trabalhadora. As celebrações desta semana aconteceram junto ao seu túmulo no Cemitério do Araçá, na região oeste da capital paulista. Idealizador da dupla homenagem, José Celestino Lourenço, secretário nacional de Cultura da CUT, diz que o momento é muito oportuno não só para resguardar a luta dos trabalhadores como também para recordar os 100 anos de uma greve geral que, em suas palavras, paralisou o país:
O secretário nacional de Cultura da CUT explica ainda que “Martinez foi um dos mártires entre as centenas de trabalhadoras e trabalhadores assassinados naquele período em que se protestava contra as degradantes condições de trabalho. Ele era um sapateiro e anarquista espanhol, radicado em São Paulo, e foi morto aos 21 anos pelas forças de repressão aos movimentos reivindicatórios de direitos trabalhistas”.
As manifestações da CUT, do PT e da Fundação Perseu Abramo aconteceram um dia antes de o Plenário do Senado Federal votar a proposta de reforma trabalhista, reforma que encontra severa oposição nestas três entidades, segundo José Celestino Lourenço, conhecido entre seus companheiros como Tino:
“Mais do que nunca, estamos precisando manter vivos esse resgate e essa luta pelos direitos dos trabalhadores. Em 1917, a luta era pela sua conquista. Agora, em 2017, a luta é para que não percamos nossas conquistas e nossos direitos, conforme nos ameaça essa reforma trabalhista que tramita no Congresso Nacional. Estamos às vésperas do próximo Congresso Nacional da CUT, que será realizado em final de agosto, e o nosso lema será ‘100 anos depois a luta continua’”, destacou.