O representante do governo do Iraque, Saad al Hadisi, declarou à Sputnik que "com essa vitória em Mossul o governo iraquiano cumpriu a sua promessa de libertar a cidade". Agora o exército deverá seguir para outras cidades e regiões acometidas pelos terroristas, como Tal Afar, parte ocidental da província de Anbar, al Huweija, e áreas de fronteira com a Síria, disse al Hadisi.
Neste momento, o governo iraquiano e as forças de segurança estão fazendo todo o possível para o mais breve retorno de civis às suas casas. Segundo al Hadisi, cerca de 90% da população retornou para os bairros no leste de Mossul. Esses bairros foram liberados do Daesh há seis meses.
O representante do governo do Iraque listou os principais desafios para o futuro próximo. "Antes de tudo, devemos reconstruir as cidades, nas quais podemos encontrar bairros completamente destruídos. Além disso, precisamos unir os iraquianos. Esses são os dois desafios principais. A manutenção da paz nas áreas libertadas é um objetivo tão importante, quanto o combate ao Daesh", explicou o político.
"É preciso superar as divergências políticas, apesar de haver motivos para as diferenças. A definição legal e as questões de jurisdição de diversas áreas ainda não foram acordadas. Há uma disputa entre o governo federal e o governo regional (Curdistão)".
O representante do governo ainda citou as dificuldades para buscar investimentos para a reconstrução e para a manutenção da segurança nas áreas libertadas, bem como o importante papel das forças curdas para a retomada do controle sobre Mossul.
"Os terroristas deixaram Mossul definitivamente e o exército iraquiano continua o seu combate contra eles. Em breve será possível dizer que todo o Iraque está livre dos terroristas. Mas a ideologia é mais difícil de vencer: o pensamento que infectou muitas pessoas. E essa guerra pelo pensamento das pessoas ainda continuará por muito tempo. Precisaremos de outras tecnologias e estratégias", disse o interlocutor da agência.
Além disso, al Naser destacou que "a sociedade iraquiana está muito dividida neste momento. Não há unidade entre as forças políticas. Elas se dividem em relação aos EUA e ao seu futuro papel no Iraque".
"Acredito que a presença norte-americana no país será o principal tema dos debates nas próximas eleições legislativas", concluiu.