De acordo com as conclusões do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul, os dados disponíveis sobre o lançamento do último dia 4 de julho, quando o míssil norte-coreano Hwasong-14 atingiu uma altitude de 2.802 quilômetros e voou por 933 quilômetros em 39 minutos, permitem duvidar que se trate de um ICBM.
Um “pequeno detalhe” fundamental a todo e qualquer míssil balístico intercontinental não estaria presente no míssil norte-coreano: a tecnologia de reentrada na atmosfera terrestre.
“Embora a Coreia do Norte tenha afirmado que a resistência ao calor (do míssil) foi verificada, se ele voltou a entrar (a atmosfera com segurança) não foi confirmado e o país não possui instalações de teste relevantes, fazendo com que pareça não ter conseguido a tecnologia”, avaliou a inteligência de Seul, de acordo com a agência sul-coreana Yonhap.
O documento foi produzido a pedido do Parlamento da Coreia do Sul, e apontou ainda que Pyongyang ainda não teria tecnologia para guiar com precisão uma ogiva nuclear até o alvo – outro aspecto importante de um ICBM –, uma vez que a tecnologia de reentrada precisa estar plenamente desenvolvida antes disso.
Após o lançamento do dia 4, o regime de Kim Jong-un realizou uma série de eventos de celebração, com direito a aparições do líder norte-coreano, que prometeu ainda o envio de “outros presentinhos” aos Estados Unidos, país que seria o alvo de um eventual ICBM nuclear da Coreia do Norte.
A inteligência sul-coreana alertou ainda ter indícios de que Pyongyang pode conduzir um teste nuclear a qualquer momento na área de Punggye-ri. A mesma avaliação já havia sido feita pelo Pentágono.