"Agora que o Estado Islâmico [Daesh] está em alguma desordem… ele procurará seu modelo de negócios principal, que é lidar com petróleo roubado, ópio e tráfico de seres humanos", disse Kwiatkowski.
A ex-tenente-coronel avaliou que a organização terrorista fatura anualmente cerca de US$ 500 milhões com o comércio de petróleo e US$ 1 bilhão com as vendas de ópio. Ela também afirmou que a retomada de Mossul não significa um automático enfraquecimento do Daesh. Pelo contrário, sem mais precisar administrar a cidade, o grupo terrorista pode focar-se em suas atividades mais rentáveis e, portanto, sair fortalecido da situação.
"Este propósito — particularmente os elementos criminosos de contrabando e dos ataques terroristas — pode ser reforçado pela perda do território que era Mossul", disse ela. "Como participantes oficiais e não oficiais na venda e distribuição de armas na região, essa experiência também pode se revelar rentável em lugares onde a luta continua, possivelmente no Iêmen, Síria e além".
Origens
O próprio Daesh é fruto da estratégia dos EUA de enfraquecer e derrubar governo após governo no Oriente Médio, deixando um rastro de "medo, anarquia e corrupção", continuou Kwiatkowski.
A organização terrorista, assim como a Al-Qaeda anteriormente, "foi extremamente útil para os EUA e Israel na busca e justificação de seus objetivos, e serve interesses da Casa de Saud [Arábia Saudita] e outros sátrapas dos EUA, criando ansiedade e deslocamento para muitos xiitas e sunitas moderados".
A tenente-coronel da Força Aérea dos EUA disse que o Daesh deve ser compreendido "no contexto das grandes potências e seus interesses" e que o wahabismo saudita é a inspiração da organização.