Em entrevista à agência sul-coreana Yonhap, Straub analisou que o histórico recente do regime norte-coreano não é dos mais confiáveis no campo diplomático, e que o líder Kim Jong-un possivelmente faria de tudo para humilhar o governo norte-americano.
“Acho que os EUA não estão preparados para entrar em negociações formais com a Coreia do Norte, sabendo que a Coreia do Norte vai tomar uma posição que será totalmente inaceitável para o nosso lado, porque se o fizéssemos, as negociações falhariam… e os EUA vão parecer um país fraco e estúpido por ter entrado em negociações que falharam rapidamente”, avaliou.
O ex-diplomata esteve em Pyongyang em 2009, ao lado do ex-presidente Bill Clinton, como parte de um acordo com os norte-coreanos para a libertação de dois jornalistas norte-americanos, que estavam em prisões da península. De acordo com Straub, a ida de Clinton foi uma exigência do então líder da nação, Kim Jong-il.
“Ficou claro que, basicamente, a Coreia do Norte só queria ter uma fotografia de Kim Jong-il com Bill Clinton, para que eles pudessem mostrar ao seu povo e ao mundo e se sentirem bem por terem forçado os EUA a se curvarem à sua vontade”, relembrou, lembrando que o jantar entre as duas delações foi “diplomático e educado”.
Após o recente episódio envolvendo um estudante norte-americano de 22 anos, que foi libertado em condições precárias de saúde por Pyongyang, vindo a morrer dias depois nos EUA, Straub acredita que o tratamento aos prisioneiros na península possa estar ainda pior do que aquele que o ex-diplomata viu com os próprios olhos há oito anos.
“Quando alguns dos primeiros americanos foram levados à prisão, os norte-coreanos foram muito, muito cuidadosos com eles e os libertaram cedo, mas com o passar do tempo… eles pensam que agora os EUA são um tigre de papel e os EUA não podem fazer qualquer coisa […]. A Coreia do Norte não só sente-se livre para fazer mais pessoas reféns, mas as trata muito pior e faz demandas mais elevadas”, completou.
Atualmente, três cidadãos norte-americanos seguem detidos na Coreia do Norte.