O especialista em assuntos do Oriente, Vladimir Sazhin, falou à Sputnik Persa sobre uma possível cooperação militar entre os dois países.
"O Irã apoiou logo o Qatar. O emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, teve uma conversa telefônica com o presidente do Irã, Hassan Rouhani. O presidente iraniano assegurou seu interlocutor que o Irã iria 'ficar ao lado do Qatar'. Mas será que as hipotéticas remessas de armas salvarão Doha em caso de conflito mesmo que apenas com Riad? É uma boa pergunta."
O total das Forças Armadas do Qatar são constituídas por 12,5 mil militares, enquanto os recursos de mobilização compreendem 324 mil homens, continua Sazhin. Enquanto o número das Forças Armadas da Arábia Saudita, incluindo a guarda nacional e unidades paramilitares, supera os 220 mil efetivos com 5,9 milhões de reserva de mobilização.
Será que Riad aproveitará sua vantagem quantitativa? É duvidoso. Mesmo assim, há chances que a tensão vá aumentar. Ancara já enviou para a sua base cinco mil militares turcos. O governo do Egito decidiu enviar uma fragata ao golfo Pérsico para controlar a situação na região e agir sem demora caso seja necessário.
No entanto, segundo acredita o especialista, tudo isso é uma demonstração de força que, o mais provável, não será posta em prática. Mesmo assim, os analistas devem levar em consideração quaisquer cenários, por mais irrealistas que pareçam. Entre eles, o de um confronto entre a coalizão anti-Qatar com as forças unidas do Qatar, da Turquia, que pertence à OTAN, e do Irã. Mas esta será uma catástrofe não regional, mas global, pensa o especialista.
O especialista espera que o novelo de contradições entre os países árabes e também árabe-iranianas e entre xiitas e sunitas não exploda, formando uma nova zona de operações militares sangrentas com consequências imprevisíveis.