Trata-se de um corpo feminino mumificado, de cor branca, de aproximadamente 1,68 metros de altura. Encontra-se na posição fetal, tem um crâneo alargado e três dedos longos em cada mão. Além disso, não tem nem nariz nem orelhas. O estranho aspecto físico da múmia provocou o surgimento de numerosas especulações sobre sua suposta origem extraterrestre.
Revolução antropológica?
Segundo o especialista, o mais importante que há de ser feito é "realizar redução de genes" (Gene knockdown, em inglês), onde "serão comparados os genes da múmia com os de pessoas diferentes".
"Assim, ficará claro se é uma Cro-Magnon, isto é, uma mutação de nossa espécie, ou se se trata de outro tipo de criatura de uma espécie diferente. No momento, não podemos tirar conclusões mais profundas", destacou Korotkov à Sputnik Mundo.
Em se tratando da substância que permitiu conservar o corpo, Korotkov notou que sua composição continua sendo desconhecida. Porém, "corresponde à tradição sul-americana de usar tintas de ervas para mumificar corpos".
Outro fator que contribuiu significativamente para o bom estado em que se encontra a múmia está ligado ao espaço onde foi encontrada — em uma área muito seca.
"O deserto de Nazca é um verdadeiro deserto. Ali nunca chove. Não há humidade, e por isso, não há bactérias nem germes que possam danificá-la. Este espaço não tem nenhum ambiente necessário para bactérias", explicou o professor.
Ele também afirmou que "foram iniciadas negociações com o governo do Peru para decidir o que fazer e como fazer".
"Não é uma falsificação, já é óbvio. Pode ser uma mutação individual ou talvez se trate de outro tipo de criaturas que são fundamentalmente diferentes de nós. Esta é a principal pergunta que temos resposta", disse Korotkov.
O especialista também reconheceu entender por que "a atitude no mundo [em relação à descoberta] é muito cética", mas sublinhou que "se relaciona com a crença de quase todos os povos sul-americanos de que existia uma antiga raça muito avançada no aspecto cultural". Então, só falta esperar se os resultados da tomografia o confirmam ou não.
O investigador e ufólogo mexicano, Jaime Maussan, que também faz parte da equipe de investigação, disse em uma coletiva de imprensa que as múmias "têm cerca de 1.700 anos de idade e se integram, ao mesmo tempo, às linhas de Nazca".
Além disso, o pesquisador mexicano notou que "'ninguém demonstrou que são uma fraude" e prometeu apresentar "evidências preliminares".
Fraude arqueológica ou não?
Apesar do entusiasmo dos investigadores, os especialistas do portal russo Antropogenez, que se dedica à popularização do conhecimento científico sobre a origem dos seres humanos, analisaram o vídeo e refutaram à Sputnik os mitos da origem da múmia, indicando que não passa de uma "fraude arqueológica".
Os arqueólogos russos apontam que os "especialistas" que estudaram a múmia a trataram de maneira muito "descuidada", tirando o corpo de uma caixa de papelão (1:30, no vídeo acima). Ainda por cima, não mediram o cúbico com um aparelho adequado.
"Os antropólogos não trabalham assim, já que a precisão da mediação não servia para nada. Os ossos são medidos com um compasso especial", explicaram.
A radiografia do crânio também não mostra nada incomum. No entanto, é muito provável que este tenha sido artificialmente deformado.
"Isso pode ser notado se prestarmos atenção nos dentes: vemos duas filas de dentes — a superior e a inferior, mas na realidade somente estão ali os molares superiores, enquanto os dentes distantes aparecem por cima dos próximos", especificaram os especialistas.
A cara da múmia também suscita dúvidas. Aos 5:03 — do vídeo acima adicionado — pode-se ver que as órbitas são assimétricas e de forma diferente. Segundo os antropólogos, "nenhuma mudança é capaz de distorcer a forma dos ossos". Os olhos também não podem ser tão abaulados, porque o globo ocular é composto por líquido.
"Os olhos das múmias sempre estão afundados, como a boca […] Mas aqui tudo sobressai como se fosse uma máscara", contaram.
Além disso, detalharam que debaixo da orelha da múmia e da bochecha dá para ver marcas dos dedos do "escultor".
O que dizem as autoridades?
Desta maneira, as múmias, recentemente divulgadas, não contam com nenhum tipo de investigação arqueológica científica que tenha sido aprovada pelo Ministério da Cultura peruano.