Os abusos continuam mesmo após o fim uma violenta guerra civil de 26 anos, que terminou em 2009. O confronto opôs tropas do Governo e rebeldes da etnia tâmis. Os dois lados são acusados de graves violações de direitos humanos.
O relator da ONU afirmou ter ouvido "histórias angustiantes" durante suas entrevistas com detentos antigos e atuais. Há relatos de asfixia com sacos plásticos embebidos em querosene, retirada de unhas, tortura com água e mutilação de genitais.
"No Sri Lanka, no entanto, tais práticas são profundamente enraizadas na indústria de segurança e todas as evidências apontam para a conclusão de que o uso da tortura permanece até hoje, [de maneira] endêmica e de rotina, para aqueles presos e detidos por motivos de segurança nacional ", disse Emmerson em entrevista à agência Associated Press.
O relator da ONU afirma que obteve dados oficiais que contabilizam 70 presos pela legislação local de terrorismo que estão no cárcere há mais de 5 anos sem julgamento.
"Estes números assombrosos são uma mancha na reputação internacional do Sri Lanka. Medidas devem ser tomadas para que esses indivíduos sejam libertados sob fiança imediatamente, ou julgados dentro de semanas ou meses, não anos ou décadas".
O país asiático foi alvo de sanções internacionais por se recusar a investigar violações de direitos humanos e crimes de guerra. Mas o panorama pareceu mudar após a eleição de um novo presidente, Maithripala Sirisena. Entretanto, Emmerson afirma que a situação do Sri Lanka não foi alterada.