Em declarações ao jornal japonês Asahi Shimbun, Blinken afirmou que acha “muito importante” que as autoridades de Estados Unidos, Japão, China e Coreia do Sul levem a cabo “consultas prévias” para uma eventual troca de governo em Pyongyang.
Na opinião do ex-subsecretário norte-americano, tal colapso demandaria a interferência externa, algo que necessariamente teria de ser discutido com Pequim, principal fiador político e comercial do regime comunista na Península Coreana.
Entre os temas que precisariam ser discutidos estão as instalações nucleares norte-coreanas, o envio de forças militares à Coreia do Norte, e quem assumiria o comando do país – com a reunificação com a Coreia do Sul sendo outro aspecto a ser considerado em tais consultas.
Ainda durante o governo Obama, Blinken destacou ter solicitado ao governo chinês que abordasse a possibilidade de uma crise política em Pyongyang, mas que o pedido ficou sem resposta por parte da diplomacia da China.
A publicação destaca que parte do problema a respeito desta consulta da Casa Branca junto a Pequim repousa no que a China considera “provocações” de norte-americanos e sul-coreanos para uma troca de regime na Coreia do Norte.
Uma das ideias que teriam sido discutidas seria a criação de uma brigada militar especial com até 2.000 soldados para eliminar Kim Jong-un, em caso de eclosão de um conflito militar na península.
As revelações de Blinken aparecem na semana em que o governo da Coreia do Sul se ofereceu para reabrir o diálogo com Pyongyang quanto às tensões na região, causadas tanto pelo programa nuclear norte-coreano quanto pelos exercícios conjuntos entre forças norte-americanas, japonesas e sul-coreanas.