Trata-se de uma articulação que reúne movimentos de Mães e Familiares Vítimas da violência no Brasil, como: a Rede de Comunidades e Movimento contra a Violência, as Mães de Maio de SP, o Fórum Social e as Mães de Manguinhos, as Mães Vítimas da Chacina da Baixada com a adesão e apoio do Fala Akari, o Coletivo Papo Reto, Fórum de Juventudes RJ, Fórum Grita Baixada e Centro dos Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu. O grupo, desde o ano passado, vem estabelecendo um diálogo e ações entre Brasil, Haiti e o movimento dos Estados Unidos, "América Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam), denunciando o genocídio negro e a injustiça racial, a violência em favelas e periferias e a questão da Segurança Pública.
Este ano o movimento Julho Negro tem como objetivo ampliar a articulação internacional de luta contra o racismo e a militarização das vidas com a participação de mães e familiares vítimas da Palestina, do México e da Associação de Haitianos do Brasil.
Este ano o Julho Negro vai se reunir em diversos locais do Rio de Janeiro.
A Sputnik Brasil conversou com exclusividade com Dalva Correia, uma das integrantes do Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, um dos movimentos que participam dessa semana das ações da 2ª edição do Julho Negro no Rio. Dalva é mãe de Thiago, um dos jovens assassinados em abril de 2003 durante uma operação da PM na Chacina do Borel.
No ano passado as discussões do Julho Negro estavam focadas com o aumento da violência policial durante os preparativos para os Jogos Olímpicos. Na ocasião, o Julho Negro destacou o relatório da Anistia Internacional Brasil e o Instituto de Segurança Pública (ISP), que os homicídios cometidos pela polícia aumentaram em 135% em 2015. As estatísticas demonstram que 75% das pessoas mortas pela polícia em 2015 eram homens negros. Nos Estados Unidos, policiais são acusados frequentemente em histórias envolvendo um homem negro desarmado sendo baleado por um policial branco. De lá para cá, Dalva conta que nada mudou, que a violência só aumenta.
"As mães estão divulgando internacionalmente o que acontece aqui e na Palestina e em Chicago. Nos chegamos a conclusão de que precisamos nos unir".
De acordo com a Anistia Internacional Brasil e o Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgados em 2016, os homicídios cometidos pela polícia aumentaram em 135% em 2015. As estatísticas demonstram que 75% das pessoas mortas pela polícia em 2015 eram homens negros.
De acordo com Dados da Polícia Civil 632 pessoas foram atingidas por balas perdidas no Rio, no período de Janeiro até 2 de julho de 2017, uma média de 3,4 casos por dia no estado. Desse total, pelo menos 67 morreram.
"Infelizmente temos que sair das comunidades. Mesmo quando colocamos os assassinos no banco dos réus, a sociedade, que é preconceituosa, absolvem. E eles voltam para as ruas e continuam matando", alertou Dalva, ressaltando a importância dos eventos desta semana.