A gravação dos fenômenos só foi possível graças às sondas Van Allen, que integram estudos científicos que visam “entender a dinâmica das ondas de plasma”, a fim de “melhorar as previsões do tempo espacial, o que pode ter efeitos prejudiciais nos satélites e sinais de telecomunicações”.
“O espaço não está vazio, nem está em silêncio. Embora tecnicamente seja um vácuo, ele contém partículas enérgicas carregadas, governadas por campos magnéticos e elétricos. Em regiões atadas com campos magnéticos, como o ambiente espacial que circunda nosso planeta, as partículas são continuamente jogadas de um lado para o outro pelo movimento de várias ondas eletromagnéticas conhecidas como ondas de plasma”, explicou a agência.
Como as ondas giram através do oceano ou de frente de tempestade que se movem através da atmosfera, perturbações no espaço podem causar ondulações. Tais ondas são produzidas quando os campos eléctricos e magnéticos flutuam por meio de grupos de íons e elétrons que constituem o plasma, empurrando alguns a velocidades aceleradas.
Ainda de acordo com a NASA, uma das ondas responsáveis por moldar o nosso ambiente na Terra é a chamada “onda de modo whistler (‘assobio’, em tradução livre). Além de criarem sons distintos “dependendo do plasma”.
“Para além da plasmasfera, onde o plasma é tênue e relativamente quente, as ondas em forma de assobio criam principalmente chilrear, como um bando de pássaros ruidosos. Este tipo de onda é chamado de coro e é criado quando os elétrons são empurrados para o lado noturno da Terra — o que, em alguns casos, pode ser causado por reconexão magnética, uma explosão dinâmica de linhas de campo magnético emaranhadas no lado escuro da Terra”, escreveram os cientistas.
A expectativa é que os dados colhidos junto aos “assobios” do espaço ajudem a “entender como as ondas e as partículas interagem, os cientistas podem aprender como os elétrons são acelerados e perdidos dos cintos de radiação e ajudam a proteger nossos satélites e telecomunicações no espaço”.