Iraque: derrota do Daesh em Mossul não é êxito dos EUA

© AFP 2023 / Aris Messinis Fumaça e fogo captados após a explosão de um carro-bomba na cidade de Mossul, Iraque, durante os combates entre forças iraquianas e terroristas do Daesh (grupo proibido na Rússia), 5 de março
Fumaça e fogo captados após a explosão de um carro-bomba na cidade de Mossul, Iraque, durante os combates entre forças iraquianas e terroristas do Daesh (grupo proibido na Rússia), 5 de março - Sputnik Brasil
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A derrota do Daesh em Mossul não é vitória definitiva, pois ainda há terroristas lá, disse o vice-presidente do Iraque, Nouri al-Maliki, em entrevista à Sputnik, acrescentando que a possibilidade de criação de um novo Daesh não pode ser descartada.

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"Esta vitória não é final, pois na cidade ainda há pequenas regiões onde se escondem terroristas", disse o vice-presidente, acrescentado que os terroristas já não poderão avançar ou ocupar territórios no Iraque, mas continuam mantendo suas unidades adormecidas em várias cidades, incluindo em Bagdá.

De acordo com ele, "no total havia de três mil a cinco mil militantes no país". "Liquidamos de dois a três mil terroristas, o resto se encontra em unidades adormecidas ou fugiu com os refugiados", afirmou.

O político iraquiano sublinhou que se a divisão entre os xiitas e sunitas no Iraque continuar, isso pode levar à criação de um novo Daesh.

"A divisão entre os sunitas e xiitas permanecerá. Os sunitas planejam para si um Estado e os xiitas — outro. Caso esta situação seja mantida, isso levará ao estabelecimento de um novo Daesh com novas ideias, novas bandeiras… apelos de separação já se podem ouvir no Curdistão e no oeste do país, é um novo desafio", disse Nouri al-Maliki.

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Falando do papel dos EUA, o vice-presidente afirmou que o Daesh foi derrotado em Mossul graças ao exército iraquiano e à milícia popular, e não graças aos EUA.

"Eles [os EUA] dizem, e eu tenho pena disso e não aceito, que a vitória [em Mossul] é seu êxito, que foram eles que travaram esta guerra. Mas, na verdade, é vitória do exército iraquiano. Sim, eles nos apoiaram com aviação, mas o papel principal foi desempenhado pelos soldados iraquianos, pela milícia popular, bem como pela aviação da Força Aérea do Iraque", frisou.

Por enquanto, o Iraque não tem visão exata da estratégia da administração do presidente Donald Trump no Oriente Médio, pois Washington afirma que ainda não está formada definitivamente, acrescentou Nouri al-Maliki.

Na semana passada, o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, declarou oficialmente a vitória sobre o Daesh em Mossul, cidade que estava nas mãos da organização terrorista há mais de três anos. Mais posteriormente, o general norte-americano, Stephen Townsend, responsável pela operação contra o Daesh, disse que a limpeza de Mossul levaria mais umas semanas.

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