Em sua delação, segundo a publicação, Valério citou doações feitas via caixa 2 (dinheiro não contabilizado oficialmente) para a campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998.
Ainda de acordo com o publicitário, o mesmo valor foi repassado para as campanhas à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB), em 2002, e para a campanha de Aécio Neves (PSDB) ao governo de Minas Gerais, também em 2002.
Todos os valores teriam sido autorizados pelo então presidente da Usiminas, Rinaldo Soares, que já foi alvo de investigação pela suspeita de uso da empresa SMP&B para realizar pagamentos ilegais.
No caso das campanhas tucanas, os valores teriam sido entregues a Pimenta da Veiga, ex-ministro de FHC e que recentemente foi inocentado em um julgamento do mensalão do PSDB em Minas Gerais, que corre na primeira instância e que tem o ex-governador Eduardo Azeredo como um dos réus a serem julgados (o caso corre risco de prescrição).
Já os valores direcionados a Lula teriam tido o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares (também condenado no mensalão petista), como intermediário. Já Aécio teria recebido diretamente os recursos, de acordo com o publicitário.
A delação de Valério precisa ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para ter valor jurídico, acrescenta O Globo. Todos os mencionados pelo publicitário negaram as irregularidades.