Pequim supostamente advertiu Hanói de que as bases vietnamitas, localizadas no arquipélago Spratly seriam alvo das forças do Exército de Libertação Popular se a operação de exploração de gás não fosse cancelada imediatamente, de acordo com um interlocutor do BBC.
"Em 15 de julho, fontes bem informadas em Hanói comunicaram de modo privado que o Vietnã ordenou à filial da espanhola Repsol para que suspendesse exploração de petróleo no bloco 136-03, no mar do Sul da China", disse um diplomata na segunda-feira (24), acrescentando que "nove dias depois, isso foi finalmente confirmado pela notícia do BBC".
As águas em disputa foram arrendadas pelo Vietnã à subsidiária da Repsol, Talisman-Vietnam, enquanto as autoridades da China, que também reivindicam a área, concederam direitos de exploração de uma parte da área a uma outra empresa.
Para tornar o domínio de gás economicamente vantajoso, a Repsol investiu cerca de 300 milhões de dólares (R$ 943,83 milhões), disse o analista ao BBC. Por isso, os observadores ficaram surpreendidos quando o Vietnã cancelou a exploração, mas uma "fonte diplomática" no governo vietnamita confirmou ao BBC que a Repsol tinha recuado.
Segundo os dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos, no mar do Sul da China "pode haver entre 5 e 22 bilhões de barris de petróleo e entre 21 e 88 trilhões de metros cúbicos de gás em recursos ainda não descobertos".
"Os recursos não descobertos podem ser maiores" do que prevê o Serviço Geológico, afirmou a Administração de Informação Energética dos EUA. Segundo a organização, "a companhia petrolífera chinesa China National Offshore Oil Corporation calculou que a área contém 125 bilhões de barris de petróleo e 152 trilhões de metros cúbicos de gás natural".
Estes indicadores foram excluídos das previsões "porque não está claro se será economicamente viável extraí-los", notou a Administração de Informação Energética.