Portugal reconhece 'catástrofe natural', mas se recusa a divulgar lista de vítimas

© AFP 2023 / Miguel RiopaBombeiros portugueses combatem o fogo no Vale da Ponte, em Pedrógão Grande, em 20 de junho de 2017
Bombeiros portugueses combatem o fogo no Vale da Ponte, em Pedrógão Grande, em 20 de junho de 2017 - Sputnik Brasil
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O governo de Portugal reconheceu, nesta terça-feira (25), que os incêndios que abalaram o país em junho foram uma catástrofe natural. Um despacho suplementar do Diário da República, publicado ontem, indica um apoio de 10 milhões de euros.

Citado pelo Diário de Notícias, o despacho do gabinete do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento rural "reconhece como catástrofe natural […] o conjunto de incêndios deflagrados no mês de junho de 2017 nas freguesias da região centro do país".

Pedrógão Grande é um nome que simboliza esta catástrofe em Portugal. Oficialmente, 64 pessoas morreram durante o incêndio entre 17 e 24 de junho nesta vila, situada no distrito de Leiria. Contudo, o número pode ser bem maior.

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O jornal Expresso afirma que haveria pelo menos mais uma mulher morta naquele fogo, já outros cálculos elevam o número para 80. No entanto, o governo não divulga a lista com os nomes das vítimas, o que provoca críticas por parte da imprensa, população e políticos. As autoridades só afirmaram que não incluíram na lista "vítimas indiretas" dos fogos. O que só aumentou as críticas. O Ministério da Administração Interna de Portugal já tinha sublinhado que o critério utilizado foi este: a morte ter sido causada pelas chamas ou inalação de fumos. No entanto, o número de vítimas real foi bem maior por causa do tumulto geral, que provocou também uma série de acidentes rodoviários.

No entanto, ontem o Partido Social Democrata (PSD) deu 24 horas para que o governo tornasse pública esta lista com os critérios usados para compô-la, sem precisar o que ele faria caso este ultimato não seja cumprido.

A lista provavelmente não será revelada, pois o chefe do governo português, primeiro-ministro António Costa, afirmou que o caso está em "segredo de justiça".

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Um comunicado enviado a jornais portugueses na segunda-feira (24) e citado pelo Diário de Notícias dizia: "O sr. primeiro-ministro contactou hoje a sra. procuradora-geral da República que confirmou que o segredo de justiça abrange a lista das vítimas".

A ausência de uma lista com nomes dificulta também os pagamentos aos familiares das vítimas. Em comentário ao Jornal de Notícias, a Associação Portuguesa de Seguradoras (APS) afirmou que "tem havido dificuldade em obter informação por parte das entidades oficiais sobre as vítimas mortais de Pedrógão Grande e sobre as suas famílias". O montante total da indemnização é de 2,5 milhões de euros.

No entanto, os incêndios em Portugal continuam. Ontem, a vila de Mação teve que ser evacuada por causa do fogo que se estava aproximando das casas.

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