Navios chineses foram bem recebidos no porto da cidade de Baltiysk, que fica na região russa de Kaliningrado, na sexta-feira passada (21), para participarem dos treinamentos navais conjuntos Cooperação Marítima 2017.
Os navios de guerra chineses que participam dos exercícios incluem o destróier de mísseis guiados Hefei, a fragata Yuncheng e o navio de abastecimento Lomahu. Por parte da Rússia foram destacadas duas corvetas da classe Steregushchiy — a Steregushchiy e a Boikiy, um reboque de salvamento, helicópteros embarcados Ka-27, bombardeiros táticos Su-24 e um avião de transporte militar An-26.
O especialista militar capitão-de-mar-e-guerra Konstantin Sivkov, disse à Sputnik que a chegada de navios chineses ao Mar Báltico é uma demonstração sem precedentes quanto à disponibilidade de Pequim para uma maior cooperação em defesa com Moscou, assim como para mostrar seus músculos militares na arena global.
Ele frisou também, que isso "mostra que a China está comprometida com o apoio à Rússia não apenas na região do Pacífico, mas também, se for preciso, pode transferir seus navios de guerra para ajudar Moscou na região do Atlântico através da Rota Marítima do Norte".
O capitão-de-mar-e-guerra russo Mikhail Nenashev disse que os treinamentos podem sinalizar o alargamento das responsabilidades da Organização, particularmente à luz da agressão por parte do OTAN.
"Estamos vendo que a UE está presa em contradições, mas a segurança internacional exige jogadores fortes. A Rússia e a China estão mostrando para o mundo que seus esforços para manter a paz estão atingindo uma escala transatlântica. Moscou e Pequim estão oferecendo ao mundo um novo conceito de segurança internacional."
Nenashev disse que a OTAN vai acompanhar atentamente as atividades das duas marinhas, mas seus navios dificilmente podem chegar muito perto dos treinamentos.
"Há um enorme interesse internacional quanto a esses treinamentos, mas eu não acho que a OTAN vá realizar quaisquer provocações."