O especialista acredita que o conflito não foi provocado pelos chineses propositalmente, pois a construção, realizada por eles na área disputada, não causava tais consequências antes. Enquanto para a Índia, sublinha Vasily Kashin, as ações de Pequim poderiam parecer agressivas.
"A Índia está preocupada com a influência crescente da China nos menores países da Ásia do Sul. O Butão tem relações especiais com a Índia, no âmbito das quais a última é responsável pela segurança e laços exteriores do país. Nos últimos anos, o Butão vem aumentando sua independência nas relações exteriores, o que causou preocupações da parte indiana", explicou.
No entanto, frisa o especialista, nenhum dos países está interessado em agravar a concorrência, porque a China não quer afastar a Índia, empurrando-a para estreitamento de cooperação com os EUA na esfera de segurança.
Nova Deli, por sua vez, não possui indústria e exército que possam igualar aos de Pequim.
"Se [a China] deslocar para o Tibete de modo permanente forças adicionais, em especial, unidades das forças de mísseis do Exército de Libertação Popular, a Índia provavelmente terá que tomar medidas de resposta extremamente onerosas, mas mesmo estas, mais provavelmente, não garantirão a segurança do país", contou o especialista para a Sputnik China.
Para o analista, é muito importante que Pequim e Nova Deli cheguem a um compromisso, pois uma concorrência ativa pela influência na região afetará ambas as partes.
"Tal concorrência prejudicará os laços econômicos sino-indianos cada vez mais importantes e com o tempo pode se transformar em um confronto militar", concluiu.
As relações entre a China e a Índia se agravaram no fim de junho depois de um grupo de guardas de fronteira indianos ter atravessado a fronteira chinesa ilegalmente no setor de Sikkim. Segundo a parte chinesa, isso impede a atividade dos guardas de fronteira da China na área de Doklam, região autônoma de Tibete. Depois disso, a China advertiu a Índia diversas vezes para retirar as suas tropas do território chinês.