Mísseis da Índia podem ter mudado sua mira do Paquistão para China

© AP Photo / Manish SwarupMíssil balístico de longo alcance Agni-V durante desfile militar em Nova Deli, Índia
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O programa de modernização nuclear da Índia indica "estar pondo mais ênfase nas futuras relações estratégicas com a China", escreveram dois renomados pesquisadores em armas nucleares em um artigo, que foi publicado pela companhia de TV indiana NDTV, na quarta-feira (12).

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Hans M. Kristensen, diretor do projeto de Informação Nuclear da Federação de Cientistas Americanos, e Robert S. Norris, pesquisador sênior da mesma federação, fazem parte de um grupo de especialistas de elite, especializados em tudo ligado a armas nucleares. Os dois cientistas são coautores da Agenda Nuclear desde 1987, que "é amplamente considerada a fonte mais precisa de informação sobre armas nucleares e instalações militares, disponível a todos", de acordo com o jornal Bulletin of the Atomic Scientists (Boletim dos Cientistas Atômicos).

Os mísseis de nova geração podem ser instalados na parte central e meridional da Índia, sendo, assim, capazes de atingir quase todas as regiões chinesas, afirmaram os cientistas em seu relatório de 2017 sobre forças nucleares indianas, publicado neste mês.

Segundo as avaliações dos dois especialistas, o plutônio, produzido na Índia, permite criar de 150 a 200 ogivas. Até hoje, eles acreditam que foram concluídas a produção de 120 a 130 armas.

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Além disso, acredita-se que as capacidades de produção de materiais nucleares da Índia estejam aumentando drasticamente. Segundo Kristensen e Norris, o país possui no momento quatro sistemas com capacidades nucleares, entre eles sistemas de mísseis baseados em terra e no mar, e está desenvolvendo mais quatro sistemas, incluindo mísseis de longo alcance.

"Estamos observando o que eu chamo de 'diferenciação' estratégia indiana nuclear entre a China e o Paquistão", disse Vipin Narang, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts durante a Conferência Internacional Carnegie de Política Nuclear em março.

"Os requisitos de força que a Índia precisa para ameaçar com credibilidade uma retaliação segura contra a China pode permitir, segundo cientistas, que ela siga estratégias mais agressivas, tais como domínio da escalada ou 'primeiro ataque esplêndido' contra o Paquistão", notou Narang.

Nos anos seguintes, Nova Deli aumentará significativamente a produção interna nuclear, informou a Sputnik na quarta-feira (12). Os dez novos reatores, previstos a serem instalados, facilitarão a produção comercial de eletricidade para os habitantes do país, mas, para alguns analistas, são destinados também ao uso militar.

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