No mesmo período, também foram analisadas as condições biológicas de homens que habitam países da América do Sul, da África e também da Ásia. Nestes três continentes não foi observada qualquer redução significativa no número de espermatozoides.
Antonio Braga, Professor de obstetrícia das Universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Federal Fluminense (UFF), já conhecedor destes estudos, somente agora revelados, não se surpreendeu com as suas conclusões. Em entrevista à Sputnik Brasil, o médico Antonio Braga observou:
“Certamente, o tema não traz grandes novidades na área médica porém apresenta de forma contundente os achados das pesquisas feitas durante mais de 30 anos, nas quais se constata de forma bastante interessante e robusta essa redução percentual de espermatozoides por ml (mililitros) ejaculados. Algumas questões devem ser ponderadas pela importância do tema já que a presença de espermatozoides garante a nossa fertilidade, fertilidade essa que mantem a nossa espécie no topo da cadeia da vida em nosso planeta. Certamente, notícias como essa merecem toda atenção da Medicina, dos médicos e da população em geral”.
O Professor Antonio Braga também opinou sobre a aparente contradição da redução do número de espermatozoides ter ocorrido em homens que vivem em países desenvolvidos, com suposta melhor qualidade de vida.
“Aqui, nós devemos fazer uma análise sob dois aspectos. Primeiramente sob o aspecto especulativo porque o artigo embora constate essa redução, ele não foi capaz de apontar as causas deste fenômeno tão importante da biologia da reprodução humana. Porém, aventa-se que essas regiões mais desenvolvidas, em geral localizadas no Hemisfério Norte do planeta, são regiões muito sensíveis à poluição ambiental e ao acúmulo de agrotóxicos e isso pode estar atuando nesta questão da fertilidade. Porém outros aspectos devem ser salientados e aqui cabe um aviso para todos os homens, principalmente para os jovens em idades reprodutivas que pretendem ter filhos: devem ser tomados todos os cuidados para a saúde do homem. Cabe então uma digressão: os homens tendem a negligenciar a própria saúde, uma vez que são uma força produtiva importante no mercado de trabalho. Nossas mulheres, além de trabalhar fora, além de trabalhar em casa, elas são muito mais cuidadoras da própria saúde”, concluiu o especialista entrevistado pela Sputnik.