Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o jornalista especializado em questões militares Pedro Paulo Rezende explicou que o negócio, estimado em aproximadamente US$ 500 milhões, permite que os países detentores do KC-390 possam utilizá-lo em múltiplas tarefas.
“Ele possui capacidade de 26 toneladas, seis a mais do que o C-130 Hérculos [de origem estadunidente], e trata-se de um avião espetacular. Ele é mais versátil, vem com um sistema de transferência de combustível embutido, e com adaptações pode servir em várias tarefas, como avião-bombeiro por exemplo”, disse Rezende.
Portugal foi um dos principais parceiros da Embraer na concepção e desenvolvimento do KC-390, tendo investido 20,8 milhões de euros no projeto. A intenção de compra da aeronave por parte de Lisboa é conhecida, tendo sido oficializada pelo governo português nesta semana, em meio a uma nova leva de incêndios que castigam Portugal e outros países europeus.
“Assim, reforçam-se as atuais capacidades de transporte aéreo, de busca e salvamento, evacuações sanitárias e apoio a cidadãos nacionais, nomeadamente entre o Continente e os Arquipélagos”, diz um trecho da resolução publicada pelo governo português nesta quinta-feira, autorizando o negócio.
De acordo com Rezende, hoje existem três protótipos da aeronave em operação. Em 2018, o Brasil receberá o primeiro dos 28 modelos KC-390 encomendados pelo país junto à Embraer. A data de entrega dos aviões aos portugueses ainda não foi divulgada pelas partes envolvidas no negócio.
“Muitos países estão interessados, como a Suécia, a República Tcheca, a Argentina, o Chile… É um avião feito por um pool de empresas, algumas delas sendo justamente desses países que poderão comprar o avião da Embraer”, ponderou o especialista, que estimou em 3.000 o mercado de aeronaves cargueiras que poderão ser substituídas, possivelmente, pelo KC-390.