Dono de armas nucleares, Paquistão corre risco de viver caos com queda de premiê?

© AFP 2023 / ASIF HASSAN / AFP Soldado do exército paquistanês guardando um míssil Babur na exposição internacional de defesa na cidade de Carachi, no Paquistão, em 25 de novembro de 2008
Soldado do exército paquistanês guardando um míssil Babur na exposição internacional de defesa na cidade de Carachi, no Paquistão, em 25 de novembro de 2008 - Sputnik Brasil
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A destituição do primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif deixou um vácuo no poder no topo do poder em um país dono de armas nucleares, algo que gerou uma pergunta: há algum risco de algum tipo de caos se instalar no país?

De acordo com especialistas ouvidos pela Agência AFP, a chance de um desestabilização em um país marcado por golpes militares e muita instabilidade política é hoje remota.

Acusado de corrupção, Sharif perdeu o cargo por ordem da Suprema Corte do país – ele nega ter cometido irregularidades – e pôs fim à expectativa de que, finalmente, um primeiro-ministro completaria os cinco anos de mandato no comando da nação.

“Em um país tão volátil como o Paquistão, há boas razões para se preocupar sempre que um primeiro ministro é destituído”, disse Michael Kugelman, do Centro Wilson, baseado em Washington.

Contudo, a tendência é que o poder siga na mão no partido de Sharif, o Partido Muçulmano do Liga-Nawaz do Paquistão, com viés amplamente civil.

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“Mas minha impressão é que tudo acabará se encaixando em seu devido lugar — um sucessor será escolhido e o atual governo concluirá o seu mandato”, avaliou Kugelman.

A avaliação se baseia no período de crescimento econômico e na melhoria das condições de segurança em uma nação marcada por diversos conflitos ao longo de 70 anos de história.

Mesmo afastado, Sharif e o seu partido detêm a maioria no Parlamento paquistanês, o que significa que o seu sucessor terá, em maior ou menor impacto, a sua benção para concluir o mandato, que terminaria em 2018.

“Sharif apresentará alguém do partido. Obviamente, sua personalidade não carregará tanto peso (como Sharif)… Mas no momento podemos dizer que o primeiro impacto do julgamento não provou ser desestabilizador”, opinou o analista político Hasan Askari.

A estabilidade paquistanesa possui um componente importante para a região, sobretudo pelo país possuir uma rixa histórica com a vizinha Índia (outra nação com armas nucleares) e ser ponto de fluxo de pessoas que fogem da violência ainda presente no Afeganistão.

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