O Sistema Solar surgiu há quase 4,4 bilhões de anos, tal como o Sol. Segundo o estudo publicado na revista Science, a Terra e os três outros planetas interiores nasceram como resultado da colisão de corpos protoplanetários rochosos que não continham água por que a luz do Sol jovem tinha destruído ou vaporizado todo o gelo dentro da parte "quente" do disco protoplanetário que, de fato, alastrava até à atual órbita de Júpiter.
É por isso que os cientistas estão discutindo duas questões interligadas: como e quando desapareceu a água "primária" e como a água terá depois surgido na Terra, em Marte e, possivelmente, em Vénus. Não há respostas universais para essas perguntas, e por isso os cientistas estão estudando a composição química dos cometas e meteoritos mais distantes, frios e antigos.
De acordo com Delbo, para responder a essas questões os cientistas têm de estudar lugares mais próximos como, por exemplo, o cinturão principal entre Marte e Júpiter. Ele é composto por vários milhões de destroços que surgiram após colisões entre corpos protoplanetários.
Segundo o planetólogo francês, já há muito tempo que os cientistas entenderam que os asteroides desse cinturão não podem ajudar a descobrir do que foi "fabricado" o Sistema Solar, porque estão na sua parte quente, onde a água e outras substâncias voláteis se vaporizaram da superfície e do interior dos asteroides há bilhões de anos.
Tomando em conta essa ideia, Delbo e seus colegas estudaram todos os corpos celestes no cinturão principal de asteroides e suas famílias, tamanho e distância do Sol.
Os cientistas conseguiram descobrir uma nova família de asteroides, que contem centenas de asteroides grandes e pequenos, da classe dos condritos carbônicos, que serão feitos da matéria primária do Sistema Solar.
O estudo dessa família de asteroides nos ajudará a entender o seu papel no surgimento da Terra e na origem da água no nosso planeta.