Para o professor de economia e política internacional da UFRJ, Eduardo Crespo, a Venezuela alcançou um alto nível de polarização, o que impede que seja vislumbrada uma solução a curto prazo para o país.
"Ele [Maduro] tem algum apoio da população e ainda tem o apoio do Exército. Então é uma situação complicada, até violenta. Mesmo se ele cair, pode ter uma situação de violência, porque do outro lado, a oposição pode ser muito violenta, pode ter um espírito de revanche muito forte. Chegou a um nível de polarização muito grande", observou o especialista.
Eduardo Crespo destacou que Nicolás Maduro tem perdido bastante apoio da população em relação ao governo de Hugo Chávez.
"Eu acho que Maduro, com relação ao período de Chávez, tem perdido muito apoio, tanto pela deterioração econômica, quanto por algumas atitudes de uma virada mais autoritária", destacou o especialista.
"A situação sócio-econômica tem piorado muito. Os erros econômicos foram terríveis no período de Maduro. Já tinha muito erro no período Chávez, mas com Maduro a situação piorou muito. O sistema de controle de câmbio deu muito errado", acrescentou.
A comunidade internacional reprovou e se negou a reconhecer qualquer resultado da eleição para a Constituinte venezuelana promovida pelo presidente Nicolás Maduro. Os Estados Unidos falaram em não reconhecer um “governo ilegítimo”, quanto a Espanha prometeu buscar opções de sanções junto aos seus pares europeus.
Os ministros das Relações Exteriores dos países do Mercosul se reúnem neste sábado (5), em São Paulo, para discutir a suspensão da Venezuela do bloco.