Nomeadamente, o presidente do Parlamento do Irã, Ali Larijani, mencionou a escalada da tensão na Península da Coreia após, em 28 de julho passado, Pyongyang ter realizado o lançamento de um míssil balístico alegadamente intercontinental, que, segundo as autoridades norte-coreanas, tem a capacidade de alcançar o território dos EUA.
"Um estado de caos no mundo não será vantajoso para nenhum país e prejudicará todos […] As armas nucleares prejudicam todos os países e a República Islâmica apoia [o uso pacífico] da energia nuclear", disse Ali Larijani citado pelo HispanTV.
Matthew Bunn, professor da Escola de Administração Pública John F. Kennedy (Harvard Kennedy School) e especialista em temas de proliferação nuclear, concorda com esta posição.
"Tanto os norte-coreanos como os iranianos estão sentindo uma séria ameaça proveniente dos EUA e em geral do Ocidente e, mesmo sendo países muito diferentes, enfrentam uma situação similar", explicou o professor ao canal CNBC.
Recentemente, o diretor da CIA, Mike Pompeo, revelou em um discurso que a Aliança de Inteligência e Segurança Nacional (INSA, na sigla em inglês) dos EUA tinha "criado dois novos centros de missão focados em cravar um punhal no coração do problema norte-coreano e iraniano".
"De fato, acredita-se que as primeiras gerações de mísseis iranianos são basicamente mísseis norte-coreanos modestamente adaptados", afirma Matthew Bunn.
Por exemplo, os mísseis iranianos de médio alcance Shahab-3, capazes de atingir a Arábia Saudita, poderiam estar baseados na tecnologia dos foguetes Nodong-1, de produção norte-coreana. No entanto, Matthew Bunn afirma que não tem certeza de que atualmente exista uma cooperação na área de armas nucleares entre os dois países, mas não descarta tal possibilidade no futuro.