Pelo contrário: os analistas militares estão de acordo que as partes beligerantes não recorrerão à "última solução" até o fim, utilizando sanções, ciberataques e outras medidas assimétricas até que todas as opções se esgotem, aponta o autor do artigo.
A penúltima medida será a guerra convencional, dominada hoje em dia por armas de alta precisão capazes de desmantelar rapidamente a capacidade bélica do inimigo.
Assim, os mísseis de cruzeiro representam atualmente uma ameaça quase igual às armas nucleares.
As capacidades de mísseis da China
Os autores lembram que o governo chinês ficou impressionado com a vitória bem-sucedida dos EUA no Iraque, facilitada pelo uso de mísseis de cruzeiro de alta precisão.
Por isso, Pequim deu impulso ao programa de mísseis balísticos de curto e médio alcance, sem se focar nas armas intercontinentais de longo alcance.
Atualmente, segundo as estimativas do Pentágono, a China possui uns 1.500 mísseis balísticos de curto e médio alcance e uns 300 mísseis de cruzeiro. A precisão dos projéteis também aumentou, alcançando um desvio máximo entre 5 e 10 metros.
Além disso, os militares da China organizam treinamentos regulares que compreendem ataques com mísseis contra polígonos que imitam as bases militares dos EUA e do Japão na região.
O golpe-relâmpago preventivo
Por outro lado, os próprios analistas do centro reconhecem que Pequim não recorrerá a um ataque militar antes de estarem esgotadas todas as medidas de dissuasão disponíveis, oferecendo ao oponente a possibilidade de se retirar.
"É preciso um grande esforço para levar a China a desencadear um ataque nuclear. Por exemplo, uma brusca concentração de forças dos EUA na região caso a situação em torno de Taiwan se agrave pode servir de pretexto", opina Ilia Plekhanov.
No entanto, a mera possibilidade da China lançar ataques contra as bases dos EUA na região muda as 2regras do jogo" para os norte-americanos na Ásia, sublinha o especialista.
"Os norte-americanos entendem que, caso o conflito atinja a "fase quente", nos primeiros minutos os mísseis chineses podem superar a defesa aérea norte-americana, bloquear navios de guerra nos portos japoneses, destruir todas as pistas de decolagem de seus aeródromos, assim como todos os postos de comando e centros logísticos", nota o autor do artigo.
Assim, Washington poderia ser obrigado a revisar suas pretensões de domínio militar e político no Pacífico, conclui o especialista.